ASTRONOMIA - 2012 EM 10 IMAGENS


O ano de 2012 se foi, é passado. No campo da exploração espacial, teve na aterrisagem do robo Curiosity em Marte seu momento de glória, gerando uma expectativa poucas vezes igualada. Porém teve outros momentos que merecem ser recordados...um total de 12 fotografias, possivelmente as 12 melhores que nos deixam esses 12 meses de atividade astronômica, tanto dos céus terrestres como também pelas naves interplanetárias enviadas ao espaço, e que nos recordam uma vez mais, o motivo pelo qual nunca deveremos deixar de olhar as estrelas.
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1.      NA ESCURIDÃO: Cassini, nos voltou a maravilhar com uma vista do lado noturno de Saturno, com a sanda navegando dentro de seu cone de sombra.

2.      ENCONTRO NO FIRMAMENTO: Um dos maiores eventos astronômicos do ano foi a passagem de Vênus diante do Sol, visto da Terra.

3.      UMA PONTE DE PLASMA: Um Sol agora muito mais ativo nos deixa cenas impactantes como esta...um gigantesco filamento de plasma de 300.000 Km.

4.      UM LUGAR EM MARTE: Curiosity não podia faltar com seu espetacular auto-retrato.

5.      A FÚRIA DO PLANETA DOS ANÉIS: A nova órbita do Cassini, permite observar diretamente os polos de Saturno, permitiram obter esta panorâmica do vórtice atmosférico que se move em torno do Polo Norte.

6.      UMA JANELA PARA A ETERNIDADE: O telescópio Hubble nos brindou com o resultado de um laborioso trabalho: a imagem mais profunda do Universo que nos faz adentrar mais de 13 bilhões de anos no espaço e no tempo até o princípio das primeiras galáxias.

7.      SOMBRAS: O dia se fez noite no norte da Austrália, mas o cone de sombra total da lua cobriu estas terras distantes, deixando atrás de sí inumeráveis testemunhos visuais de um dos fenômenos mais extraordinários da natureza.

8.      VISITANTE NOTURNO:  a cena de uma nave espacial atracando em uma estação orbital.
      9.      OS MINUTOS DE TERROR: A “aterrisagem” do Curiosity em Marte deixou grandes momentos que se podem imortalizar nesta cena tomada pela câmara Mardi, justamente quando o escudo térmico, cumprido sua tarefa de proteger a nave do calor da fricção atmosférica, se rompeu, iniciando a descida da nave sobre a superfície marciana, que podemos ver atrás dele.
   10.   Não podíamos deixar de completar esta pequena seleção sem esta imagem: Orion resplandece sobre as ruinas Maias, um lugar digno de se visitar e que não merecia o absurdo criado em torno de seu calendário e de sua civilização

A CRISE REAL DO CAPITALISMO


 
O sociólogo belga François Houtart fez uma análise da crise pela qual passa o processo de reprodução capitalista. Destacou a contradição entre a queda de uma economia produtiva real em oposição a ascensão de um capital fictício, baseado na especulação. Isso é, segundo ele, uma economia de cassino. Como exemplo desse cenário, citou o aumento que sofreu nos últimos anos o preço dos alimentos básicos. Esse aumento não é devido a escassez no mercado, mas sim a jogos especulativos.
Houtart destacou que ante um mundo em que 20% da população detem 83% de toda a riqueza existente, aos demais resta organizar-se e lutar por outro mundo possível. Para refletir sobre isso, destacou ideias como “o bem comum”, a transformação das relações sociais e com a natureza e a desmercantilização dos bens necessários para viver.


A crise europeia é parte da crise mundial que se iniciou nos EUA com a crise financeira do subprime*, mas que afetou também a Europa e o sistema financeiro europeu. A causa fundamental desta crise é a diferença entre a economia real e a economia artificial, ou seja, a economia financeira. A economia real mundial, nos últimos 20 anos, tem decaído e, desde os anos 1990, o capital financeiro cresceu e passou a assumir um papel hegemônico dentro do sistema capitalista. Atualmente a importância relativa do capital financeiro é 11 vezes maior do que o PIB mundial. É uma diferença enorme e, em algum momento, essa “bola” financeira teria de estourar, pois era totalmente artificial. Como disse Susan George, uma norte-americana que vive Paris, essa é uma economia cassino, onde a especulação tem tido um papel enorme. Em grande parte isso acontece por causa da existência dos paraísos fiscais, para onde o dinheiro das multinacionais e dos fundos de pensão é enviado. Esses paraísos fiscais não contribuem para a riqueza mundial, pois simplesmente acumulam, acumulam e acumulam.
A crise é evidentemente mundial, mas suas as características são particulares em cada país. Os países do sul da Europa são mais afetados, como Grécia, Portugal, Espanha, e Itália. Em parte isso acontece porque são economias mais jovens, com menos peso industrial, e, no caso da Espanha, se trata de uma economia muito especulativa. Para se ter ideia, a cada semana na Espanha cerca de 50 mil pessoas são retiradas de suas casas porque não podem pagar o aluguel. Isso é a irracionalidade total do sistema capitalista.
Na Grécia há particularidades, porque o governo foi extremamente corrupto, divulgando dados estatísticos falsos durante anos. A Alemanha, que é a economia mais forte da Europa, é relativamente sólida, mas a qual custo? Quase a metade da classe operária da Alemanha não tem mais contratos de trabalho definidos em longo prazo; são contratos em curto prazo. Isso acontece porque é permitido diminuir o salário e, assim, o custo do milagre alemão é pago, em grande parte, pela classe operária. A economia alemã se fortalece por conta da exportação. E isso tem graves consequências na Europa, porque, para salvar o sistema financeiro e os bancos, os Estados europeus têm gastado bilhões de euros, e por isso se endividaram.
A ordem do Banco Central Europeu é de que nenhum Estado pode ter uma dívida maior do que 3% do PIB e, por isso, devem reduzir os gastos. A questão é que se trata de Estados que haviam conquistado o bem-estar social. Para reduzir a dívida, então, os Estados terão de reduzir os serviços públicos de saúde, educação, pensões, salário mínimo. O salário mínimo na Grécia é algo em torno de 400 euros. Assim, é o povo quem tem de pagar a dívida do Estado, que se deve, em grande parte, à salvação dos bancos e do sistema financeiro.
Essa austeridade só fará aumentar a crise, porque as políticas de austeridade ditas para favorecer o crescimento diminuem o poder de compra das pessoas. Como é possível pensar em crescimento se o poder de compra diminui? É algo totalmente contraditório. Joseph Stiglitz tem dito que estas são políticas criminais, porque não são anticíclicas. A Alemanha tem um regime direitista e vive a serviço do capital. Evidentemente, os interesses do capital são de continuar a acumulação e mantê-la, sem se preocupar com o bem-estar da população.
Existe um conflito entre duas lógicas: a lógica dos interesses do capital e a lógica dos interesses do bem-estar social. Durante algum tempo houve a possibilidade, com o regime social-democrata, de combinar os dois interesses. Mas agora, com a crise, há uma eleição: ou um ou outro.