Quando eu Morrer

Pablo Picasso - A mort de Casagemas

QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo,
A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas.
Como as envolve agora neste instante.
O vento fresco dobrará as árvores esguias
E levantará as nuvens de poesia nas estradas...

Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda,
Rolarão sempre, alvas de espuma
Quando eu morrer as estrelas não cessarão de acender-se
no lindo céu noturno,
E nos vergéis onde os pássaros cantam as frutas
continuarão a ser doces e boas.


Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos.
E hão de esquecer-se do meu caminho silencioso entre eles,
Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão
Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão.
Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma.
Porque nada sou, nada conto e nada tenho.
Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.


Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo
E que a sombra descerá por sobre o universo vazio de mim
Quando eu morrer..."
Augusto frederico Schmidt

2 comentários:

Tais Luso de Carvalho disse...

Bernardo, já vim várias vezes neste teu excelente blog e sempre leio e releio esta poesia 'Quando eu morrer'. Acho-a linda e profunda. Fui pesquisar mais sobre este poeta que eu não conhecia; procurei mais de suas poesias, muito belas. Preciso dizer que a roubei? rsrs

Abraço, amigo.
Tais

Eduardo Barbossa disse...

Gostei muito do post.
Desculpe, faz tempo que não o visito.
Um abraço.



Eduardo