Alguém já parou para refletir sobre o que passa na cabeça de uma dessas mulheres quando saem à rua. Como devem se sentir? Ou será que não pensam,simplesmente aceitam o que lhes é imposto: uma submissão sem limites.
E quanto aos homens? Que tremenda insegurança devem sentir com relação à conduta de suas mulheres. Ou estarei raciocinando como um ocidental? Talvez a ótica muçulmana seja totalmente diferente da nossa, como é a hindu e a chinesa.
Más é difícil entender e, sobretudo aceitar que mulheres em qualquer lugar do mundo aceitem com naturalidade andar com esse traje na rua. Não é a toa que a medida que os sistemas políticos e religiosos desses paises torna-se mais liberal imediatamente elas abandonam esses costumes e adotam um comportamento mais ocidentalizado.
Vejamos os diferentes trajes usados pelas mulheres nos países árabes:
O véu foi originalmente introduzido nas antigas civilizações da Pérsia e da Mesopotâmia e mais tarde, na cultura greco-romana. Caracterizava o status feminino elevado, conferindo-lhe uma certa inacessibilidade. Habitual entre as mulheres judias, tornou-se, também, uma referência das damas cristãs em Bizâncio e na Idade Média ocidental. O Profeta Mohammad instituiu o uso do véu no século VI, na Arábia, para que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade das demais seguidoras entre os povos do Livro, isto é, da Torá e do Evangelho. Deste modo, numa época selvagem e belicosa, onde a lei mal se delineava, o véu era uma salvaguarda. Porém, mais do que isso, o seu uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça. O Islão pretendeu, através do sacerdócio universal, estender a toda a Ummah (Comunidade) uma vestimenta que tornasse os fiéis iguais diante de Deus.
Portanto, o uso do véu originalmente não designou a submissão feminina, embora uma política gradualmente machista – muito distante da época em que as mulheres muçulmanas cavalgavam e guerreavam ao lado dos homens – refreou as suas liberdades e, na mesma medida, o seu rosto foi se tornando anónimo. Com o tempo, o véu - burkas, xadors e abayas veio a cair nas mãos de uma intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia entre os fundamentalistas: wahabbitas da Arábia Saudita, radicais xiitas do Irã pós-Khomeíni, talibãs afegãos e guerrilheiros do Hamas, na Palestina. Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria indumentária. Países como o Iraque e o Líbano, nas últimas décadas, promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus costumes.
Portanto na época atual o uso do véu foi totalmente deturpado, convertendo-se em objeto de submissão e dominação de genero. Como a evolução é o caminho natural de toda a sociedade, afinal se olharmos a nossa civilização cristã veremos o quanto a mulher foi submetida a dominação e a humilhação, acredito que o caminho da igualdade deverá um dia trilhar por aquelas bandas.
Bernardo
2 comentários:
É horrível; as mulheres terem de andar escondidas, tapadas, sufocadas? Parece que o negócio não fica só por aí...Em breve quero ler algo sobre estas mulheres, seus costumes, sua cultura para entender melhor esta questão. Já comprei alguns livros. Acho que a curiosidade é geral.
bj
tais
seria interessante também ouvir a muçulmana ocidental. Sou muçulmana e luto pela liberdade e pelo direito de usar o hijab sem ser humilhada neste país ocidental supostamente moderno. Para mim, o hijab não é horrivel, como muitos ocidentais pensam. O hijab é um orgulho, é meu símbolo de submissão a Allah ( e não aos homens) e é a forma de demonstrar meu amor ao Islam. Palavra de uma muçulmana que vive em um país ocidental. O hijab não me oprime, ele me liberta
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