Independente de nossa posição sobre Fidel e o regime cubano, o texto não deixa de ser um interessante material para um Momento de Reflexão:
“O líder cubano Fidel Castro criticou, dia 19 de agosto, os Estados Unidos por gastarem milhares de dólares em armas de última geração mas não conseguirem aprovar uma reforma do sistema de saúde para proteger os cidadãos mais pobres. "Que esperança essa sociedade pode oferecer ao mundo?", questionou o ex-presidente da ilha, em um texto publicado quase à meia-noite no site oficial Cuba Debate.
Em 2008 o mundo gastou 1,5 trilhões de dólares em orçamentos dedicados a defesa. Os EUA investiram 42% desse valor, cerca de 605 bilhões de dólares. Estamos falando de investimento, sem incluir aí as despesas de guerra.
Os EUA tem o projeto de contar em 2020 com mais de mil bombardeiros e caças F-22 e F-35 de última geração na sua frota de 2.500 aviões militares, e dentro de 20 anos, todos seus aviões de guerra serão operados por autômatos.
Há dois dias, uma agência de notícias ocidental informou que, em meados de agosto, o exército dos Estados Unidos exibiu um helicóptero teledirigido, bem como robôs capazes de executarem trabalho de sapa, 2.500 dos quais foram enviados para as regiões de combate.
Uma firma comercializadora de robôs afirmou que as novas tecnologias irão revolucionar o modo de comandar a guerra. Foi publicado que, em 2003, os Estados Unidos mal possuíam robôs em seu arsenal e “hoje contam ―segundo a AFP― com 10 mil veículos terrestres, bem como com 7 mil dispositivos aéreos, desde o pequeno Raven, que pode ser lançado com a mão, até o gigante Global Hawk, um avião-espia de 13 metros de comprimento e 35 de envergadura, capaz de voar a grande altitude durante 35 horas”. Essa notícia menciona outras armas.
A indústria bélica é uma das mais lucrativas do mundo, comparável apenas ao narcotráfico e a prostituição.
Enquanto essas despesas colossais em tecnologias para matar são produzidas nos Estados Unidos, o presidente desse país envida esforços para levar os serviços de saúde a 50 milhões de norte-americanos que carecem deles. É tal a confusão, que o novo presidente declarou: “Estava mais próximo do que nunca de conseguir a reforma do sistema de saúde, mas a luta se está tornando feroz.”
Os lobistas no Congresso fazem seu agosto trabalhando contra uma lei simples que pretende dar atendimento médico a dezenas de milhões de pessoas pobres, negros e latinos na sua grande maioria, que carecem dele. Até um país bloqueado como Cuba conseguiu fazê-lo, e inclusive, cooperar com dezenas de países do Terceiro Mundo.
Se os robôs nas mãos das multinacionais podem substituir os soldados imperiais nas guerras de conquista, quem vai frear as multinacionais na busca de mercado para seus artefatos? Da mesma maneira que inundaram o mundo com carros que hoje concorrem com o homem pelo consumo de energia não-renovável e, inclusive, pelos alimentos transformados em combustível, também podem inundá-lo de robôs que substituam milhões de trabalhadores em seus postos de trabalho.”
De Fidel Castro in: Reflexões de Fidel
Site: www.gramma.cu
Um comentário:
Essa parafernália infame é um acinte à fome, à saúde e aos direitos humanos.
Dá nojo, não me encanta e nem me surpreende. Olha só quanto trilhões empregados para matar... Por isso sou uma descrente do ser humano.
Abraços, bela matéria mostrando um absurdo.
Tais luso
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