De uns tempos para cá, não é mais uma questão de discutir “será que está rolando aquecimento global?” A pergunta agora é: “Já estamos sentindo os efeitos dele?” E a resposta é: sim.
As temperaturas começaram a ser registradas sistematicamente por instrumentos, a partir de 1880. E, daquela época para cá, não houve década mais quente que a atual. São 130 anos de medições. O ano de 2005 foi o mais quente de todos.
O aumento do consumo de energia leva à emissão de mais carbono na atmosfera.
Esse distúrbio que começou a se fazer presente para valer nas últimas décadas está auterando sensivelmente o equilíbrio do planeta. O mundo está ficando mais quente, e vários fenômenos observados hoje (numa Terra mais ou menos 0,5 graus mais quente que a média dos anos de 1950 a 1980) já dão uma mostra do que está para vir. Além do aumento na intensidade dos furacões e nos regimes de chuvas, o gelo das calotas polares está desaparecendo. “Não há dúvida de que a progressiva perda de gelo marinho flutuando no Oceano Ártico é causada pelo aquecimento do ar – que come o gelo por cima – e das águas – que comem o gelo por baixo”, afirma Carlos Nobre.
Mesmo assim, há outra verdade sobre o aquecimento: existem poucas certezas sobre como ele vai afetar o nosso futuro. Isso é uma característica da própria ciência: ela não produz fatos com a rapidez que os jornalistas gostam. Nem teria como produzir, ela lida com uma realidade complexa, em que varas hipóteses tem o mesmo valor.
O problema é que a atmosfera ainda é um sistema complexo demais até para os nossos melhores computadores – se não fosse, a previsão do tempo seria muito mais certeira do que é hoje. A incerteza sobre o clima é tanta que nem sabemos com total exatidão quais são os gases-estufa que mais contribuem para o aquecimento.
Seja qual for o cenário, espera-se que muitos efeitos devastadores venham à tona, como a elevação agressiva do nível do mar e a transformação da Amazônia numa savana, uma mata de vegetação rasteira. Ao que parece já estamos condenados a sofrer esses efeitos. Por uma razão muito simples: os gases-estufa que lançamos no ar não vão embora do dia para a noite. Mesmo que paremos de emitir amanhã, tudo o que colocamos na atmosfera até hoje vai levar uns 100 anos para sair de lá.
O trabalho então é impedir que a mudança no clima se torne catastrófica. Isso envolve cortar emissões para que a Terra possa se recuperar com o passar das décadas, mas também se preparar para as adaptações que serão necessárias. Não será fácil, nem barato.
Esses eram os dois pontos básicos da COP -15 e que não foram concluídos: cortes das emissões e dinheiro para enfrentar as alterações climáticas que já estamos vivendo hoje e que se aprofundaram nos próximos anos.
BERNARDO
3 comentários:
Válido e importante este blog. Não são demais os alertas que se fazem... Todos e cada um de nós tem de se conscencializar que estamos todos metidos neste "barril de pólvora"... Ainda é tempo, se fizermos alguma coisa.
Beijo
Graça
Gostei muito de passar por este seu espaço ao qual prometo voltar.
Um abraço
Carmo
Nunca é demais alertarmos para esta situação de que não somos inocentes.
Beijo
Carmo
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