Se você acha que é estressado, considere o caso da morsa do Ártico. Enquanto seu habitat de gelo marinho encolhe, as criaturas ficam cada vez mais amontoadas, o que faz a adrenalina e a ansiedade aumentarem a níveis perigosos.No mês passado, apontou reportagem do “New York Times”, os ânimos se exaltaram em uma colônia no Alasca e 131 morsas foram esmagadas em um tropel aterrorizado.
As morsas não são as únicas a reagir exageradamente ao estresse. Seja em um ecossistema em mudança ou um mercado de trabalho que desmorona, os animais são programados para lutar ou fugir, conforme substâncias químicas do cérebro e hormônios reagem a ameaças reais ou imaginárias.
Infelizmente os humanos tem um talento para exagerar as imaginárias.
Os seres humanos às vezes pensam demais, vendo ameaças fantasmas em cada reunião de equipe ou baile de colégio. O risco é que a reação ao estresse, tão eficaz em uma fuga repentina de um tigre, torna-se prejudicial se nunca se descontrair.
Como ratos de laboratório apinhados em gaiolas, os humanos ansiosos correm o risco de desenvolver padrões de pensamento compulsivos e problemas físicos.
Com ou sem recessão, algumas pessoas que rangem os dentes enquanto dormem podem ter sido programadas para se preocupar desde o nascimento. Jerome Kagam professor de psicologia da Universidade de Harvard, estuda traços de personalidade de um grupo de pessoas desde 1989, quando todas eram bebês. Uma delas conhecida como Baby 19 chamou a atenção desde o início. Era nervosa e temerosa e se perturbava com qualquer tipo de mudança, fossem novos sons, visões ou pessoas. Como muitos bebês hiper-reativos que Kagam estudou, Baby 19 se transformou numa jovem tensa, com uma sensação constante de catástrofe iminente.
Exames de imagens do cérebro dessas pessoas revelam hiperatividade na área do cérebro relacionada às reações primitivas de lutar ou fugir, como se poderia suspeitar.
A boa notícia é que podemos desfazer os padrões compulsivos persistentes.
Ao contrário das morsas estressadas do Alasca, alguns dos sujeitos hiper-reativos de Kagam se beneficiaram da terapia cognitiva, que reorientou seus padrões de pensamento para longe do medo e da ansiedade constantes.
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