Imagem de Marte obtida pelo telescópio espacial Hubble em 2016 |
19.04.2017
Vento solar e radiação são as causas que fizeram Marte
perder boa parte de sua atmosfera. O planeta, que pode até ter tido formas de
vida a milhões de anos, é agora um mundo deserto e gelado. Estas são as
conclusões procedentes dos estudos da sonda espacial Maven, da Nasa, projetada
para estudar a atmosfera marciana, obtidas por cientistas liderados pela
Universidade de Colorado Boulder.
O vento solar e a radiação foram os responsáveis pela perda
de grande parte da atmosfera marciana e que essa perda foi suficiente para
transformar radicalmente seu clima.
A maior parte dos gases que um dia estiveram presentes na
atmosfera marciana se perdeu no espaço, segundo o professor do laboratório de
Física Atmosférica e Espacial (LASP) Bruce Jakosky
Os cientistas mediram a abundância na atmosfera marciana de
dois tipos de isótopos de argón, um gás nobre que não se prende em rochas nem
reage com outros elementos.
Com esses dados, chegaram à conclusão de que 65% do argon
que havia na atmosfera se perdeu no espaço.
Com os mesmos métodos concluíram que a maior parte do CO2
presente no planeta também se perdeu no espaço por pulverização.
Anteriormente já existiam dados que assinalavam que o gás
atmosférico do planeta se havia perdido no espaço, porém está analise mediu a
atual atmosfera de Marte para dar a primeira estimativa de quanto gás foi
eliminado com o tempo.
A água líquida, essencial para a vida, não é hoje estável na
superfície marciana porque sua atmosfera é demasiadamente fria e delgada para
ela.
Sem dúvida, a evidência de canais que se assemelham a leitos
de rios e minerais que só se podem formar na presença de água líquida indicam
que antigamente o clima marciano era
suficientemente quente para que em toda sua superfície houvesse água
durante longos períodos de tempo.
FORMAS DE PERDER A ATMOSFERA
Há muitas formas para que um planeta perca sua atmosfera,
por exemplo, devido a reações químicas que podem prender os gás atmosférico nas
rochas de superfície ou a atmosfera pode sofrer a erosão da radiação e do vento
solar que emite sua estrela.
As estrelas jovens tem muito mais radiação ultravioleta e
ventos nos quais a perda de atmosfera é muito mais possível por esses
processos.
Também é possível que a vida microbiana existiu na
superfície do planeta durante os primeiros estágios de sua história, porém a
medida que foi esfriando e secando, qualquer tipo de vida pode ver-se forçada a
se isolar sob o solo ou esconder-se em algum oásis na superfície.
SONDA MAVEN EM ÓRBITA DE MARTE DESDE SETEMBRO DE 2014 |
Os dados de Maven visam complementar os apresentados pelo robô explorador Curiosity, que revelam que o monte Sharp de Marte, situado dentro da cratera Gale, pode ser formado pelos sedimentos depositados no leito de um lago há milhões de anos.
“Marte parece ter reunido todas as condições necessárias para a vida ou parece tê-las conhecido na superfície, no passado. E isso levanta a questão de saber se alguma vez houve qualquer vida lá, e se houve, se esteve geneticamente relacionada com a vida terrestre ou com outra origem. No futuro, penso que estas questões sobre a vida e clima e a história do planeta vão estar realmente no centro da exploração “.
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