Com as novas descobertas sobre a possível existência de água
e portanto possibilidade da existência de vida mesmo que micro-orgânica, cresce
nossa curiosidade sobre o nosso planeta vizinho.
Um ano em Marte equivale a 22 meses e meio do ano terrestre.
O dia em Marte é pouco maior que o nosso para ser mais exato 24 horas e 40
minutos.
Como na Terra, Marte tem as 4 estações devido à inclinação
de seu eixo, porém as estações diferentemente da Terra são de períodos desiguais: sete meses de primavera,
seis meses de verão, cinco meses e meio de outono, quatro meses de inverno. Há ainda
uma grande diferença entre os hemisférios norte e sul, sendo o sul de
temperaturas mais intensas tanto no verão como no inverno.
Embora o planeta tenha uma atmosfera, é tênue se comparada à
terrestre e composta quase que exclusivamente de CO2 por isso necessitaremos de
um traje espacial. As diferenças de temperatura entre dia e noite e verão e
inverno são extremas apesar de sua atmosfera ainda ser capaz de captar e
repartir o calor com alguma uniformidade amortecendo as diferenças mais agudas.
Ainda assim temos temperaturas que vão de – 126 graus nos pólos a agradáveis + 20
graus no equador, mas que podem mudar drasticamente em uma semana.
Essas grandes variações de temperaturas provocam gigantescas
tormentas de pó que em certas ocasiões podem ser globais e cobrir todo o
planeta. Embora provavelmente não nos fariam danos físicos o pó poderia ser uma
ameaça ao sistema eletrônico de nosso veiculo assim como a produção de energia
de nossos painéis solares. Apesar de ter só 1% da densidade terrestre a
atmosfera marciana ainda é suficiente para vaporizar meteoritos até certo
tamanho. A atividade vulcânica e tectônica também não seriam ameaça. Há vulcões
e Marte, alguns colossais, mas não há indícios de que estejam ativos. Apenas a
radiação poderia ser um problema, já que existe um campo magnético global, mas é administrável com o equipamento adequado. Fora
disso, na parte meteorológica não haveria mais grandes novidades. Observaríamos
finas nuvens cruzando o céu e alguma geada pela manhã, como observou a nave
Viking. Mas não encontraríamos nuvens de chuva, e menos ainda chuva, embora a
Phoenix descobriu que podem ocorrer nevadas esporádicas nas regiões dos Pólos. Com
este céu claro e este ar tênue as noites de Marte são maravilhosas, cheias de
estrelas e ainda observamos a dança de suas 2 pequenas luas, Fobos e Deimos. Ainda
que não sejam como nossa enorme Lua tem seu próprio encanto, especialmente
Fobos que surge e se põe três vezes no mesmo dia.
O céu diurno nos cobre com um manto alaranjado, que não tem
nada a ver com a composição da atmosfera mas sim com o eterno pó em suspensão
que está sempre presente o que torna Marte o pesadelo para os obcecados por
limpeza. E, possivelmente, teremos ao pôr
do sol um pouco de nostalgia, como ele é assustadoramente semelhante ao da
Terra, mas neste caso com cores invertidas, com o sol, rodeado por um halo azul.
Marte é sem dúvida um bom lugar para viver. Hostil à vida
tal como a conhecemos, seguiríamos dependendo de trajes e sistemas de suporte
vitais. Os sinais de antigos vales fluviais, as tênues nuvens, as trocas de
estações, os por de sol azulados as nevadas matinais e também as tormentas de pó,
semelhantes as dos desertos terrestres, nos oferecem um cenário que embora
sendo desértico, segue de certa maneira sendo dinâmico e em alguns pontos até quase
terrestre. Não é estranho que seja o objetivo prioritário em uma futura
colonização humana fora da Terra.
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