Gorila morto por criminosos no Virunga |
Somente uns 880 gorilas da Montanha permanecem em estado
selvagem, cerca de 200 deles no Parque Nacional de Virunga, na República do
Congo. Embora estejam criticamente ameaçados de extinção, são a única espécie
de grandes primatas cujas populações estão aumentando, graças a grandes
esforços de conservação. Os Gorilas de Montanha estão entre as 218 espécies de mamíferos
encontrados em Virunga, junto com 706 de aves, 109 de répteis, 78 de anfíbios e
mais de 2.000 de plantas.
Há cerca de 9 milhões de anos que um grupo de primatas evoluiu, se separando do ancestral comum entre humanos e chimpanzés e formando o gênero Gorilla. A frágil estabilidade desses primatas no Parque Nacional de Virunga está ameaçada. O problema é que foram feitas concessões a petroleiras em 85% do parque, pondo em risco o futuro a longo prazo destas populações. As perfurações em busca de petróleo podem degradar habitats fazendo com que o parque perca seu estado de proteção e deixe de figurar como Patrimônio da Humanidade, o que aumentaria cada vez mais a vulnerabilidade da vida silvestre.
Há cerca de 9 milhões de anos que um grupo de primatas evoluiu, se separando do ancestral comum entre humanos e chimpanzés e formando o gênero Gorilla. A frágil estabilidade desses primatas no Parque Nacional de Virunga está ameaçada. O problema é que foram feitas concessões a petroleiras em 85% do parque, pondo em risco o futuro a longo prazo destas populações. As perfurações em busca de petróleo podem degradar habitats fazendo com que o parque perca seu estado de proteção e deixe de figurar como Patrimônio da Humanidade, o que aumentaria cada vez mais a vulnerabilidade da vida silvestre.
Os moradores que se opuseram ao projeto foram espancados por
soldados. Um funcionário do parque foi seqüestrado e torturado após tentar
impedir a companhia petrolífera, chamada Soco International, de construir uma
torre de telefonia celular dentro da reserva. Um diretor do Virunga, um príncipe
belga, Emmanuel de Merode, 44 anos, foi baleado e quase morreu horas depois de entregar um relatório sobre
as atividades da empresa de petróleo.
O conflito envolvendo a exploração de petróleo em parques
africanos é um dilema comum. Novas tecnologias, como as que permitem prospecções
mais profundas, resultaram em recentes descobertas energéticas no leste da África.
Com isso, as companhias petrolíferas vêm se instalando ao redor de vários
parques nacionais africanos. Entre eles, o Virunga, que abriga uma
biodiversidade criticamente ameaçada que inclui os últimos espécimes dos
colossais gorilas das montanhas.
Mas o "desenvolvimento econômico" é mais do que um
simples jargão da moda por aqui.
As pessoas da República Democrática do Congo, da Tanzânia,
do norte do Quênia, de Uganda e de Moçambique -lugares onde houve recentes
descobertas de gás e petróleo- estão entre as mais pobres do mundo.
O Virunga é considerado um dos pedaços do planeta com maior
biodiversidade. Suas savanas de gramíneas amarelas, imponentes vulcões com lava
borbulhante, selvas, pântanos e florestas imersas em nuvens constituem um mundo
extraordinário para gorilas, elefantes, leões e chimpanzés.
Além disso, o lago Edward, onde supostamente fica o petróleo
no Virunga, é parte das nascentes do Nilo. Um vazamento de petróleo ali poderia
contaminar a água da qual dezenas de milhões ou mesmo centenas de milhões de
pessoas dependem. "Qualquer toxina daqui poderia fluir até o Mediterrâneo",
disse Emmanuel de Merode, diretor do Virunga. "Isso poderia chegar até a
Espanha."
De Merode rotineiramente confronta rebeldes, caçadores e
outros bandidos que se escondem no Virunga, na fronteira com Ruanda e Uganda,
epicentro de várias guerras recentes. Em abril, ele voltava de carro da cidade
congolesa de Goma, onde havia acabado de entregar um relatório confidencial a
promotores públicos sobre supostas atividades petrolíferas ilegais no Virunga,
quando um grupo de homens fardados saiu dos arbustos e apontou seus rifles.
"Você já foi baleado?", perguntou De Merode, descrevendo a emboscada.
"É como perder o fôlego. Mas não derruba, como nos filmes."
Gorila de 4 meses cuja mãe foi morta é socorrido por funcionários do Virunga |
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