FESTIVAL DE PARINTINS - Um canto à vida no meio da Amazônia

Parintins, ilha de 6000 Km à margem direita do Rio Amazonas habitada pelos índios Tupinambás, seu nome primeiro era Tupinambarana. Além dos Tupinambás, viviam ali os Sapupe, Mawe, Perundiana, Mundurucu e Parintins. Descoberta em 1796 essa Ilha distante 320 Km de Manaus em linha reta e 420 Km por via fluvial comporta a cidade de Parintins.
O Boi-Bumbá foi trazido pelos imigrantes nordestinos no final do século XIX e início do século XX, durante o ciclo da borracha no Amazonas. O Auto-do-Boi amazônico detém características singulares que o diferem das demais expressões deste folclore em outras cidades brasileiras, por ser organizado como um espetáculo de arena que o denomina de "Boi de Arena", através de uma intensa disputa artística, cênica e musical frente aos temas escolhidos por cada agremiação para a apresentação dos grandiosos espetáculos. O escritor parintinense Tonzinho Saunier descreve em "Parintins - Memória dos Acontecimentos Históricos" que o Boi-Bumbá Caprichoso foi trazido de Manaus por Emídio Vieira, Luís Gonzaga, Emílio Silva e os irmãos Cid, e que em 1920, surgiu o Boi-Bumbá Garantido, criado pelo poeta popular Lindolfo Monteverde. Já Basílio Tenório afirma que a criação ocorrera em 24 de junho de 1913 na primeira apresentação oficial do Boi-Bumbá Garantido pelas ruas de Parintins. Quem foi fundado primeiro, ainda é o mistério de uma história que rende discussão até os dias de hoje. A certeza é que desde que ambos os bois nasceram, nos tempos que a celebração regional acontecia pelas ruas da cidade de forma simples e arcaica com bois-de-pano medieval trazido pelos imigrantes (sem os recursos monetários e aparatos técnicos atuais), os dois bois-bumbás sempre se desafiaram como eternos rivais, sendo que nenhum deles vive sem a existência do "contrário" .
Sob a influência de aspectos do carnaval do Rio de Janeiro, a rivalidade ganhou espaço próprio na quadra do JAC (Juventude Atlética Católica), e o tornou no boi de quadra ou de festivais, ganhando o sentido de competição a partir de 1966, com a organização do Festival Folclórico de Parintins com regras para a disputa entre os bois-bumbás, como forma de melhor organizar o festejo e a própria história regional da sociedade, e que fez com que o maior acontecimento de cultura popular do Amazonas assumisse a tipologia única no cenário das festas populares brasileiras.

BOI CAPRICHOSO

A cidade de 97 mil habitantes que se enfeita para promover o festival, chegando a receber 100 mil turistas do Brasil e do mundo, é dividida ao meio urbanisticamente pela cultura do Boi-Bumbá na rua Clarindo Chaves, a fronteira entre os dois territórios que dá a demonstração clara do confronto. Na parte baixa: do porto a catedral de Nossa Senhora do Carmo (região central da cidade), denominada de Baixa do São José, são os domínios do Boi Garantido, o boi branco do coração, o "encarnado", vermelho, cor da agremiação e de casas desta localidade. Na parte alta, a partir da catedral, são os domínios do Boi Caprichoso, boi da Tradição, o "diamante negro", o boi preto da estrela azul, cor da agremiação assim como de muitas residências desta localidade. De um ponto alto como a torre da catedral é possível visualizar os pontos onde se localizam os currais dos Bois-Bumbás hasteados pelas imensas bandeiras das agremiações. Tudo isso reflete a força motriz deste espetáculo em sua geografia, relações sociais e no conteúdo visual e imaginário deste povo amazonense.
BOI GARANTIDO

O Festival Folclórico de Parintins abrange o universo do caboclo enraizado nas lendas amazônicas, ritos indígenas amparados pela paixão à cultura do Boi-Bumbá, abordando temáticas de compromisso político que se dimensionam na preocupação de preservação cultural da identidade amazonense, a ampla biodiversidade do ecossistema e preservação ecológica da floresta Amazônica como um patrimônio necessário à preservação da própria vida, com discussões sobre a realidade atual do ecossistema e os desafios para o futuro da região, visando alertar contra a devastação empreendida pelo homem à fauna e a flora, devido à exploração predatória com a conseqüente dizimação dos povos mebemgokre , assim como as peculiaridades da cidade arquipélago de Parintins.
BUNBÓDROMO - arena de disputa dos bois

IMAGENS DO FESTIVAL
O canto aos elementos da floresta e o respeito à cultura indígena, mantém vivas as tradições da amazônia.





Camisinha anti-estupro

Médica Sonnet Ehlers



A médica sul-africana Sonnet Ehlers, no início de sua carreira, aos 20 anos, prestou atendimento a uma vítima de estupro que, desolada, lhe disse: "Se ao menos eu tivesse dentes lá embaixo". Certa de que algo tinha de ser feito para proteger as mulheres vítimas de estupro em vários países, 40 anos depois Ehlers lançou a Rape-aXe, uma camisinha antiestupro.

A camisinha é de látex que, internamente, contém "dentes" afiados, e deve ser usada como um absorvente interno. No caso de um agressor tentar cometer o estupro, os "dentes" aderem ao pênis, causando grande desconforto, e só pode ser removido cirurgicamente, explica o site da médica, informou a Folha Online.

Isso dá tempo para que a vítimas fuja e, como o agressor vai precisar buscar ajuda médica, as autoridades podem tomar as devidas providências.

Ehler vendeu sua casa e carro para desenvolver o projeto, e planeja distribuir 30 mil camisinhas antiestupro grátis sob supervisão durante a Copa, diz a CNN.

A África do Sul tem um dos mais altos índices de estupro do mundo, informa o site da ONG Human Rights Watch. Na maioria dos países africanos, condenações por estupro são incomuns, e as vítimas não têm acesso imediato a tratamento. "Consultei engenheiros, ginecologistas e psicólogos para ajudar a desenhá-la e garantir que fosse segura", conta Ehler à CNN.

O primeiro protótipo foi lançado em 31 de agosto de 2005, em Kleinmond, na Província do Cabo, na África do Sul.

O site da médica explica que não há risco para a mulher que usa a camisinha antiestupro, já que os "dentes" ficam do lado de dentro da camisinha. Também não há grandes riscos para o agressor, que vai ficar apenas com pequenas cicatrizes no local.

Segundo o site de Ehlers, a camisinha não só ajuda as vítimas de estupro a se prevenirem de doenças sexualmente transmissíveis, mas também de uma gravidez indesejada.

"Machuca, ele não pode fazer xixi nem andar quando estiver com a camisinha", disse Ehlers à CNN. "Se tentar removê-la, ela vai ficar ainda mais apertada. Mas não rompe a pele, e não há risco de exposição de fluidos". Após um período de testes, as camisinhas estarão disponíveis por cerca de US$ 2

POEMA PARA GALILEU de ANTONIO GEDEÃO

Galileu Galilei

Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.


Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!


Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.


Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.


Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.


Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.


Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.


Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.


Antonio Gedeão

Em 1633 Galileu é julgado pela Inquisição, por haver publicado em 1632 a obra: Diálogo Relativo aos Dois Grandes Sistemas dos Mundos - Ptolomaico e Copernicano tendo em parte do julgamento sido ameaçado de tortura se não se confessasse herético. Galileu afirmou sempre que após a condenação pela Congregação do Index do seu livro jamais voltara a defender o heliocentrismo. Finalmente, após ter renegado a teoria copernicana, foi condenado pelos sete cardeais do júri a uma vida em cativeiro. O Papa Urbano nunca chegou a ratificar o veredicto, talvez por considerar Galileu efusivo, mais que herético. De acordo com a lenda, quando se levantou após ter renunciado a sua ofensa terá batido com o pé no chão dizendo em voz baixa: "Eppur si muove!" (No entanto, move-se!).

Antonio Gedeão, pseudônimo de Rómulo de Carvalho (1906 a 1997): Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa.Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogeneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia.

GAZA LIVRE!

Muitas vezes ouvi dizer que o brasileiro é irreverente, sem maturidade e seriedade porque nunca enfrentou uma guerra em seu território. Que uma guerra amadurece, e faz ver a história com outro olhar. Se isso fosse verdadeiro a história no Oriente Médio seria outra.
Nenhum povo passou por tantas provações como o povo judeu. Desde a diáspora foram submetidos a todo tipo de sofrimentos. Os pogroms, todo tipo de preconceitos e perseguições, culminando com a 2ª guerra mundial onde foram confinados em campos de concentração e exterminados em câmeras de gás. Estima-se em 6 milhões as vítimas do nazismo.
Muro do Gueto de Varsóvia

Um dos episódios mais marcantes foi o Gueto de Varsóvia. Os nazistas construíram um imenso muro separando os bairros judeus de Varsóvia do restante da cidade. No gueto eles ficaram totalmente isolados, quase sem alimentos, sem remédios, enfim, totalmente privados de qualquer bem.
 Quando perceberam que morreriam de qualquer jeito, resolveram morrer lutando. Iniciaram o levante do gueto, onde um a um morreram lutando até que o gueto foi pulverizado pelas tropas nazistas.
Um povo que passou por tal experiência deveria abominar qualquer forma de opressão a qualquer povo. Mas a três anos são os judeus que construíram um gueto, aliás muito maior que o de Varsóvia, com muro e tudo, confinando 1,5 milhões de palestinos.
Artistas criam pinturas no muro de Gaza comemorando os 60 anos dos Direitos Humanos

 É o Gueto de Gaza, criado sob o argumento de que é uma área controlada pelo Hamas, que não reconhece o Estado de Israel e a atacou com foguetes. Na realidade o objetivo é outro, é fazer novos assentamentos de judeus em território palestino.
Será que eles acreditam que o gueto é a SOLUÇÃO FINAL. É muito fácil acreditar na SOLUÇÃO FINAL quando o povo massacrado não é o seu.
Gaza destruida