POLUIÇÃO E COMPORTAMENTO HUMANO



Se pararmos para um momento de reflexão, chegaremos à conclusão que vivemos num mundo absolutamente insano e incoerente. Quando se discute o encontro dos líderes mundiais em Copenhague dentro de algumas semanas para discutir as mudanças climáticas um aspecto talvez tão importante como essa reunião não é comentado nem na Internet nem na imprensa: o quanto dos problemas climáticos são fruto do comportamento humano.
Levamos para casa milhares de sacolas plásticas quando vamos ao Supermercado. Uma estatística que li dizia que 12 milhões de sacolas por ano são fabricadas no Brasil. Eu achei que o número é mentiroso, ou seja menor que a realidade. E as outras embalagens então: quantos produtos que adquirimos que possuem três ou quatro embalagens, uma bela embalagem externa de pano ou papel, além do rótulo externo, uma caixa intermediária também com rótulo e selo e abrindo esta ainda nos deparamos com outra embalagem individual, às vezes plástica no caso de bombons. E nós pagamos por tudo isso, levamos para casa satisfeitos, e lá retiramos solenemente as embalagens que vão para o lixo.


Há ainda custos astronômicos de transporte que se quer tomamos conhecimento, por exemplo, li no The New York Times que peixes e frangos produzidos no EUA são transportados até a Ásia para serem embalados e levados de volta a supermercados americanos. Mesmo no Brasil muitas peças são produzidas e enviadas para a zona franca de Manaus onde vão compor um produto com outros componentes importados e remetidas de volta ao mercado consumidor.
Esses são apenas alguns aspectos a serem refletidos, se pararmos para uma análise mais profunda, ficaremos estarrecidos com nosso comportamento insano, sim nosso, pois aceitamos e participamos voluntariamente de todo esse desperdício, e mais, pagamos por tudo isso duas vezes: uma em dinheiro e outra com a deterioração do planeta deterioração esta que nossos netos e bisnetos certamente ainda estarão sentindo muito mais que nós e não será no bolso.

Embalagem Natural

O MURO DE BERLIN NÃO FOI NEM SERÁ O ÚLTIMO MURO

Muro de Berlin

O Muro de Berlim (”Berliner Mauer” em alemão) foi uma realidade e um símbolo da divisão da Alemanha em duas entidades estatais, a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA). Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: Berlim Ocidental (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos da América; e Berlim Oriental (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de atravessá-lo.

Muro de Varsóvia

O Muro de Berlim foi uma cruel realidade, entre tantas e tantos outros muros que a história teimou e teima em construir.Foi mais um muro fracassado. Antes dele muitos outros muros e muralhas tombaram e após ele, por incrível que pareça, ainda há muita gente que acredita que os muros são a solução para os conflitos e a forma mais fácil de se livrar daqueles que consideram indesejáveis.
Muro de Israel - Palestina



Muro no Rio de Janeiro separando favela de área nobre

Quantos muros mais terão que cair para que possamos entender que não é com muros nos separando, mas com pontes que resolveremos os grandes conflitos que nos separam.

Claude Levi-Straus


O antropólogo francês Claude Levi-straus morreu na madrugada do último sábado para domingo, a menos de um mês de completar 101 anos.

Viveu seus últimos anos recluso em seu apartamento, fazendo raras aparições públicas. Em 2008, para celebrar seu centenário, diversas homenagens foram organizadas na França mas ele não compareceu a nenhuma. Foi o pai do Estruturalismo que tantos debates causou com outras correntes da antropologia, mas o que me leva a UM MOMENTO DE REFLEXÃO foio incomodo que lhe causou as limitações da velhice.
O processo de envelhecer era algo que parecia incomodá-lo profundamente. Sua incapacidade de escrever marcou profundamente seus últimos anos como ele mesmo comentou:
“Para mim hoje existe um “eu” real, que não é mais um quarto ou mesmo a metade de um homem, e um “eu” virtual, que conserva uma idéia do todo. O “eu” virtual prepara um projeto de livro, começa a organizá-lo em capítulos e diz ao “eu” real: ‘Agora é a sua vez de continuar’. E o “eu” real, que não consegue mais diz ao “eu “ virtual: ‘O problema é seu. Só você vê a totalidade’. Minha vida agora se passa em meio a esse diálogo muito estranho”, disse no seu aniversário de 90 anos.
Uma das últimas entrevistas do antropólogo foi concedida ao jornalista Didier Eribon no livro “De Pres et de Loin” (De longe e de Perto). Na ocasião ele demonstrou um sentimento de incompatibilidade com os tempos atuais. “Caminhamos para uma civilização em escala mundial. Nela, provavelmente, aparecerão as diferenças. Não pertenço mais a esse mundo. O mundo que eu conheci, o mundo que eu amei, tinha 1,5 bilhão de pessoas. O mundo atual tem 6 bilhões de humanos. Não é mais o meu.
Bernardo

A VIAGEM DEFINITIVA

Quando éramos crianças, diziam os adultos simplesmente pra nos assustar que os mortos, no seu dia, saíam do túmulo, vestidos de branco e saíam a passear.Isso nos criava um pavor terrível de noite... Quando penso na morte, me lembro de um pequeno poema que está no final do livro Journey to Ixtlan( Viagem a Ixtlan) do Carlos Castanheda. O poema é do espanhol( ou será mexicano?) Juan Ramon Jimenez e se chama El Viaje Definitivo( A Viajem Definitiva).



A VIAGEM DEFINITIVA
Juan Ramón Jimenez
Ir-me-ei embora. E ficarão os pássaros
Cantando.
E ficará o meu jardim com sua árvore verde
E o seu poço branco.

Todas as tardes o céu será azul e plácido,
E tocarão, como esta tarde estão tocando,
Os sinos do companário.

Morrerão os que me amaram
E a aldeia se renovará todos os anos.
E longe do bulício distinto, surdo, raro
Do domingo acabado,
Da diligência das cinco, das sestas do banho,
No recanto secreto do meu jardim florido e caiado
Meu espírito de hoje errará nostálgico...
E ir-me-ei embora, e serei outro, sem lar, sem árvore

Verde, sem poço branco,
Sem céu azul e plácido...
E os pássaros ficarão cantando.