MANIFESTO DE UM INDIGNADO CLIMÁTICO PARA 2013


 
Há noites em que sonho. Sonho com uma humanidade capaz de viver bem e feliz dentro dos limites climáticos do planeta. Sonho com um mundo solidário com os pequenos Estados insulares que serão os primeiros a desaparecer do mapa se não retificarmos os rumos. Sonho com os dirigentes da delegação filipina que, após ver seu país arrasado pelo tufão Bopha, suplicou à comunidade internacional que “abra os olhos e vejam a realidade a sua frente. Sonho com um homem e uma mulher “climaticus racionales” ante os alertas constantes dos cientistas de que já está ocorrendo um aquecimento global acima das previsões mais pessimistas. Dito de outra maneira, sonho com que Sandy não seja mais que o nome de uma criança normal, não de um devastador furacão.

Nossos sonhos não entram em suas cúpulas. Desde logo, este sonho não é aquele que os dirigentes tem desenhado na última cúpula sobre mudanças climáticas em Doha, no Catar. O mundo pós Doha, na linha das fracassadas cúpulas anteriores em Copenhague, Cancún e Durban, é um mundo onde primam os egoísmos dos grandes contaminadores, começando com EUA, Rússia e Japão. É um mundo onde o protocolo Kioto, que representa apenas 15% das emissões mundiais é apenas uma plástica verde das políticas insustentáveis e irresponsáveis das grandes potencias mal desenvolvidas e emergentes. É um mundo que encaminha a humanidade, começando pelas pessoas e grupos mais empobrecidos e vulneráveis, para o pior cenário climático possível, ou seja, um aumento de 4º C no final do século. É um mundo onde triunfará a arrogância e o cinismo.

Hoje o clima e a vida de milhões de pessoas são mercadoria nas mãos de políticos e banqueiros, de empresas multinacionais que pressionam para que seus interesses milionários não sejam afetados. Assim, não podemos nos resignar ante a oligarquia que nos leva direto ao colapso ou ao ecofascismo, onde uns poucos repartem os pedaços da natureza. Parafraseando Stéphane Hessel, lutemos contra a indiferença climática – e ecológica em geral – e convoquemos uma revolução pacífica a favor da vida e do bem comum. Está em jogo a sobrevivência da civilização, da humanidade, a de nossos filhos e filhas, a minha e a tua.

Se você também é um indignado climático, passe a ação, não espere que os que não nos representam atuem por tí. Difunde este manifesto, seja um portavóz dos sem vóz, defenda seu futuro e o de sua família. Em tua casa, teu bairro, teu trabalho, na praça pública, ponha a justiça climática e ambiental no centro de tuas preocupações. Uma-se a redes e coletivos que em torno de você propõem outros mundos possíveis e já buscam construir desde a base alternativas ecológicas e sociais. Tens muito poder, não o desperdice: o todo é mais que a soma de suas partes. Assim de um passo à frente e grite aos quatro ventos: eu também sou um indignado climático.
 
Florent Marcellesi (indignado climático; ativista e teórico da ecologia política)

ENERGIA EÓLICA - BRASIL É LIDER NA AMÉRICA LATINA


 
A energia eólica vem crescendo a passos largos no Brasil. No país, a marca de 1 GW (1000 MW) foi alcançada em junho de 2011. A maioria dos parques eólicos nacionais se encontra nas regiões Nordeste e Sul do país. Em 2004, foi lançado pelo governo federal o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), entre elas a energia eólica. Além disso, desde 2009, tem sido realizados leilões de energia eólica no país.

Desde o governo Lula vem se investindo vigorosamente na ampliação da geração de energia eólica, que em 2012 já atinge 2% do total de energia produzida. As instalações totais para o período 2012-2016 devem chegar a 255 GW, com um crescimento cumulativo médio do mercado um pouco abaixo de 16%.

Até o final de 2016, a capacidade total de energia eólica mundial será pouco menor do que 500 GW, diante de um mercado anual de cerca de 60 GW previsto para esse período. Os dados são de um relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).

 O Brasil vem se estabelecendo como grande mercado internacional, já dominando o latino-americano. Com uma forte base industrial, o país é considerado capaz de abastecer o Cone Sul, e será responsável, em vasta maioria, pelo crescimento regional até 2016.

A expansão planejada da energia eólica na matriz elétrica brasileira em cerca de cinco vezes até 2016 criará desafios para o setor no país, avaliou nesta quarta-feira (3) a agência de classificação de riscos Moody's.

 A energia eólica no Brasil tem sido viabilizada em contratos de longo prazo a preços considerados cada vez mais competitivos, provocando uma tendência de queda nas tarifas para os geradores. Além disso, a intermitência da energia eólica é um desafio adicional para a rede de transmissão, segundo a Moody's.

"Devido a sua variabilidade, a energia eólica elevará a complexidade das operações e será necessária uma capacidade adicional de outras fontes para suportá-la", segundo a agência.

A Moody's acrescentou ser importante que os projetos eólicos atinjam de fato os fatores de capacidade planejados, já que os estudos dessa fonte de energia no Brasil "são baseados em dados históricos limitados". Conforme a agência, "previsões excessivamente otimistas poderiam levar à insuficiência de fluxo de caixa para alguns projetos".
Segundo ONG, os aerogeradores necessitam de velocidade mínima de vento entre 3,5 e 6 metros por segundo/Foto: Mamboman 1

FIM DO MUNDO SERÁ UMA AGONIA LENTA


 
Guerra nuclear, pandemia viral, mudança climática: a suposta profecia maia do fim do mundo não será cumprida, mas o apocalipse já começou e a agonia será lenta, alertam os cientistas

"A ideia de que o mundo acabará subitamente, por uma causa qualquer, é absurda", declarou o cientista da Nasa e especialista em vida no espaço David Morrison.

"A Terra existe há mais de 4 bilhões de anos, e passarão ainda muitos outros antes de o Sol tornar nosso planeta inabitável", afirmou o cientista, que criticou as "ridículas" versões que preveem o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012, injustamente atribuído ao calendário maia.

Daqui a quase 5 bilhões de anos, o Sol se transformará em um "gigante vermelho", mas o calor crescente terá, muito antes, provocado a evaporação dos oceanos e o desaparecimento da atmosfera terrestre. O astro se resfriará depois, até a extinção.

"Até lá, não existe nenhuma ameaça astrônomica ou geológica conhecida que poderia destruir a Terra", disse Morrison.

Mas será que a ameaça poderia vir do céu, como demonstram algumas produções de Hollywood que descrevem gigantescos asteroides em choque com a Terra? Uma catástrofe similar, que implica um astro de 10 km a 15 km de diâmetro, caiu sobre a atual península mexicana de Yucatán, causando provavelmente a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos.

Os astrônomos da Nasa afirmam que não é provável que aconteça uma catástrofe similar em um futuro previsível.

"Estabelecemos que não há asteroides tão grandes perto do nosso planeta como o que terminou com os dinossauros", declarou o cientista, acalmando os temores de alguns sobre um fim do mundo em breve.

Além disso, se um asteroide provocou a extinção dos dinossauros e de muitas espécies, não conseguiu erradicar toda a vida na Terra. A espécie humana teria a oportunidade de sobreviver, destacou Morrison.

 

Risco de pandemias

 Sobreviver a uma pandemia mundial de um vírus mutante, como a gripe aviária H5N1, poderia ser mais complicado, mas "não provocaria o fim da humanidade", explica Jean-Claude Manuguerra, especialista em virologia do Instituto Pasteur de Paris.

"A diversidade de sistemas imunológicos é tão importante que há pelo menos 1% da população que resiste naturalmente a uma infecção", afirmou o especialista da revista francesa "Sciences & Vie", que consagrou um número especial ao fim do mundo.

Apesar da tese de uma guerra nuclear ter perdido força desde o fim da Guerra Fria, ela não desapareceu completamente.

O número de vítimas dependeria de sua magnitude, mas inclusive um conflito regional – como entre Paquistão e Índia – bastaria para causar um "inverno nuclear" com efeitos em todo o planeta, como uma queda das temperaturas que impossibilitaria a agricultura, por exemplo.

Mas os cientistas demonstram inquietação com a mudança climática a alertam que o aquecimento do planeta é o que mais se parece com o temido fim do mundo.

E desta vez não são simples temores e hipóteses. Secas, tempestades e outras catástrofes naturais se tornariam mais frequentes e intensas com o aumento das temperaturas mundiais, que poderiam registrar alta de 2° C, 4° C e até 5,4° C até 2100.

Isso equivaleria a um suicídio coletivo da espécie humana, advertem os cientistas, que intensificam os pedidos para conter o devastador aquecimento do planeta.

RECUPERAR OCEANOS CUSTARÁ R$ 10 BILHÕES INICIAIS


 
Um relatório recém-divulgado pela ONU estima ser necessário aplicar US$ 5 bilhões (R$ 10,4 bilhões, em valores atuais) como investimento inicial para reverter a degradação dos oceanos no mundo. Os recursos, se aplicados ao longo dos próximos 20 anos, serão suficientes para catalisar ações e novos fluxos financeiros na recuperação dos mares.

O objetivo do documento, chamado "Catalisando o Financiamento dos Oceanos", é ajudar empresas privadas e o setor público a criar políticas claras e incentivos para a proteção dos mares, uma vez que a degradação oceânica atinge centenas de milhões de pessoas nos países mais pobres.

Segundo o chefe de governança de água e oceano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Andrew Hudson, os mares estão "sob séria ameaça devido à poluição, superexploração, perda de habitat, espécies invasoras e mudanças climáticas".

As afirmações foram feitas durante o lançamento do relatório nos EUA, na última sexta-feira (14), de acordo com o site da ONU.

O documento defende a aplicação de uma mistura de políticas públicas e ações de mercado para a preservação dos oceanos e sua gestão sustentável. O problema não é "irreversível", aponta o relatório, se houver um bom gerenciamento dos mares.

AQUECIMENTO ANTÁRTICO PODE ELEVAR NIVEL DO MAR EM 3 METROS


 
A porção ocidental da Antártica está se aquecendo quase duas vezes mais rápido do que se acreditava anteriormente, um fato que aumenta os temores de um derretimento que elevaria o nível do mar, de acordo com um estudo divulgado neste domingo (23).

O grande e inesperado impulso no aquecimento eleva o temor de que a camada de gelo possa ser vulnerável ao descongelamento. A Antártica Ocidental tem gelo suficiente para elevar o nível do mar em pelo menos 3,3 metros se toda ela se derreter, num processo que poderia levar séculos. A elevação do nível do mar pode ocorrer de São Francisco, nos EUA, a Xangai, na China, segundo a pesquisa.

As temperaturas médias anuais na estação de pesquisa de Byrd, na Antártica Ocidental, subiram 2,4 ºC desde os anos 1950, um dos crescimentos mais velozes no planeta e três vezes a média mundial de mudanças climáticas, revelaram os cientistas responsáveis pelo estudo.

A parte ocidental da camada de gelo [da Antártica] está experimentando quase duas vezes o aquecimento que se imaginava que iria ocorrer", diz uma nota da Universidade Estadual de Ohio, dos EUA, responsável pelo estudo.

O aquecimento "levanta novas preocupações sobre a futura contribuição da Antártica para o aumento do nível do mar", diz o comunicado. Temperaturas mais altas no verão provocam o risco de derretimento da superfície de gelo e neve, embora a maior parte do continente fique congelada ao longo de todo o ano.

 Países de baixa altitude, como Bangladesh e Tuvalu, são especialmente vulneráveis à elevação do nível do mar, como são as cidades costeiras, de Londres a Buenos Aires. O nível do mar subiu cerca de 20 centímetros no século passado.

O painel de especialistas em clima da ONU estima que o nível do mar vá aumentar entre 18 e 59 centímetros neste século, e que a elevação poderá ser ainda maior se o degelo da Groenlândia e da Antártica se acelerar em decorrência do aquecimento global causado pelas atividades humanas.

IGREJA CATÓLICA RECONHECE QUE BIG BANG DEU ORIGEM AO UNIVERSO


 
A notícia não é nova, na realidade foi em 2011. Estranhamente não vi nenhuma divulgação do fato pela imprensa muito menos pela própria igreja.
Tentando amenizar a imagem de retrógrada da Igreja Católica, o Papa Bento XVI reconheceu o Big Bang como um evento legítimo – mas, segundo o pontífice, Deus teria causado o evento.
De acordo com o Papa, a criação do Universo não foi um acontecimento aleatório, que aconteceu por coincidência. Deus teria planejado o Big Bang.
A imagem de retrógrada da Igreja vem dos tempos em que Galileu foi condenado por pregar a teoria heliocêntrica , que dizia que a Terra girava ao redor do Sol, e não o contrário. Agora a igreja  está se aproximando mais da ciência, a medida que se afasta de seguir ensinamentos literais da Bíblia, buscando interpretá-los.
No ano passado, por exemplo, o prefeito da cidade do Vaticano, o Cardeal Giovanni Lajolo e mais uma comitiva de religiosos visitou o CERN, laboratório onde fica o Grande Colisor de Hádrons. De acordo com ele, a ciência irá ajudar a fé dos católicos a se purificar.
A declaração do Papa faz com que os criacionistas fiquem com um pé atrás – a Igreja, pelo menos a Igreja Católica Romana,  afinal, não divulgará  mais que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo.
Todos que conhecem um pouco de História Geral sabem que a "cultura romana" nada tem de original, sendo em sua totalidade formada pela aquisição de conhecimentos e arte dos povos conquistados militarmente. Os cristãos eram uma pedra no sapato de Roma. Tanto que Jesus, mesmo tendo afirmado inúmeras vezes  que seu reino "não era deste mundo", foi considerado um perigo para o Estado e crucificado e os ditos  cristãos jogados em arenas para as feras, numa perseguição cruel e sanguinária.
Mas os Cristãos foram para as catacumbas subterrâneas, conseguindo sobreviver e logo ganharam a adesão de muitos. O que fizeram os romanos, então? Já que não conseguiram vencê-los, juntaram-se a eles, apropriando-se da religião emergente, não sem antes alterá-la para melhor servir aos seus intentos de dominação. Escrituras tomaram forma, trazendo em si dogmas inquestionáveis.
O papa Bento XVI, no início de 2011, declarou que a Igreja Católica aceita a realidade física do Big Bang, fazendo a ressalva de que não foi, de modo algum, um evento casual, aleatório ou fruto de uma variação quântica. Afirmou que o Big Bang foi fruto da vontade Divina e planejado "com antecedência" por Deus!
Incrivelmente, a mesma estratégia é usada.  Já que não puderam queimar Richard Feynman na fogueira, como queimaram Giordano Bruno, e Stephen Hawkins já está muito mais "preso" do que Galileu e mesmo assim continua descobrindo as profundezas da realidade física, resolvem se juntar ao inimigo novamente e desejam se apossar da ciência que agora é encarada pela Igreja Católica como uma ferramenta para purificar a fé dos Cristãos!

GELEIRAS DERRETEM À TAXA MAIS RÁPIDA DA HISTÓRIA


 
Há décadas, cientistas do mundo todo procuram analisar com alguma precisão o derretimento de calotas polares causado pelo aquecimento global. Quanto gelo derreteu? Em que ritmo isso vem ocorrendo? Onde, exatamente, o fenômeno é mais grave?
Infelizmente, a grande variedade de métodos tornou a conciliação das informações quase impossível. Contudo, apesar das dificuldades, uma equipe de cientistas conseguiu obter dados precisos a partir dessas análises – e os resultados foram divulgados essa semana.
De acordo com o estudo, os mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida estão perdendo massa em um ritmo pelo menos três vezes maior do que acontecia nos anos 1990. Além disso, desde 1992, o derretimento desse gelo contribuiu para uma elevação de 11 milímetros no nível dos oceanos.
“Conforme o clima esquenta, nós perdemos mais massa, e as perdas serão maiores no final do século”, alerta Ian Joughin, um dos autores da pesquisa. “A partir de qualquer registro de 20 anos, e deste em especial, não podemos extrapolar. Mas podemos ver que a tendência cresce, e que é algo com que devemos ficar preocupados”.
Os dados do estudo são consideravelmente mais precisos do que os do relatório climático do IPCC (sigla em inglês para “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas”) de 2007, que rendeu o Prêmio Nobel da Paz aos autores. Para chegar a essas informações, 47 cientistas de 26 instituições analisaram dados coletados durante 50 anos por 10 satélites diferentes.

 Precisão necessária

Estudos anteriores feitos sobre o derretimento dos mantos de gelo da Antártida e da Groenlândia tiveram resultados muito variados, o que dificultava a elaboração de modelos climáticos precisos.
Para obter informações concretas, a equipe correlacionou dados obtidos a partir dos mesmos locais e nas mesmas épocas, além de descartar resultados que não pudessem ser checados por comparação. Além disso, os pesquisadores usaram física nuclear para examinar alterações em rochas da Antártida, vendo quanto tempo elas passaram expostas ao sol ou sob o gelo. Satélites foram indispensáveis para a coleta de dados, e o estudo reforçou a importância dessa tecnologia.
Ainda assim, muitas variáveis permanecem pouco compreendidas, como a física das geleiras, ondas e circulação marinha, por exemplo. Cientistas do clima querem mais (e melhores) dados sobre o derretimento de geleiras para aprimorar seus modelos.
“Economistas podem dizer que o mercado de ações deverá estar em alta em 2100, mas não podem fazer previsões precisas, e também não podem simplesmente pegar um período de 20 anos, extrapolar e pensar que terão a resposta certa”, compara Joughin. Seja como for, as evidências que temos sobre o aumento do nível dos oceanos estão mais sólidas do que nunca.
Do Hypescience