Desde a antiguidade, as rochas caídas do céu tem
representado um fenômeno fascinante. Múltiplas interpretações mitológicas foram
usadas no passado, para tentar explicar a natureza destes ocasionais
bombardeios siderais. Um primeiro estudo dos asteroides ocorreu quando um meteoro caiu na localidade francesa
de Lucé, em 1768 e que foi estudado por cientistas as Academia de Ciências da
França. Se bem que nessa ocasião, não se chegou a aceitar totalmente a origem
extraterrestre desses corpos. Vários impactos
ocorridos na Europa durante as décadas seguintes fizeram com que
naturalistas e cientistas da época acabassem por aceitar a hipótese
extraterrestre das quedas.
Hoje sabemos que os asteroides e meteoros são muito comuns
em nosso sistema solar. Os primeiros apresentam um tamanha desde 50 m a mais de
500 Km. Vesta (530 Km) e Palas (532 Km) são os maiores asteroides conhecidos.
Ceres com 960 Km de diâmetro é considerado planeta anão desde 2006. Os meteoros
são corpos mais pequenos, abaixo de 50 metros até minúsculas dimensões que são
chamadas de poeira cósmica. Quando um meteoro alcança a superfície terrestre é
chamado de meteorito. Asteroides, meteoros e cometas são os menores corpos do
sistema solar.
A maior parte dos asteroides se encontra em uma região
conhecida como “cinturão de asteroides” ou “cinturão principal” situado entre
as órbitas de Marte e Júpiter. Entretanto existem outros grupos de asteroides,
como os asteroides troyanos que ocupam os “pontos de Lagrange” da órbita de Júpiter
e os Centauros que orbitam entre júpiter e Netuno cruzando as órbitas dos
gigantes gasosos. Além destes grupos maiores, um grande número de pequenos asteroides
cruzam as órbitas dos planetas interiores, incluindo a Terra, originados
fundamentalmente pela desestabilização de suas órbitas ou como consequência de
colisões no cinturão principal. Já a fonte principal dos cometas é o cinturão
de Kuiper e o disco disperso, situados após Urano e que contém milhões de
cometas congelados orbitando o Sol. A hipotética nuvem de Oort, à quase um ano
luz do Sol, seria a última fonte de asteroides e cometas de longo período.
É impossível termos uma idéia do número total destes corpos
no sistema solar. Existem mais de 2 milhões de asteroides de mais de 1 Km de diâmetro
somente no cinturão principal; o número de asteroides menores e de meteoros é
incalculável.
Uma importante quantidade de corpos menores apresentam
órbitas que cruzam com a órbita da Terra, e alguns deles podem atingir nosso
planeta, como ocorre com os milhões de meteoritos que recebemos a cada ano.
Devido a seu pequeno tamanho, somente uma pequena porcentagem atinge a
superfície, o resto se dissolve ao atravessar a atmosfera terrestre.
Alguns corpos maiores podem representar alguma ameaça. Um
grande meteorito ou um pequeno asteroide que não ultrapasse os 100 ou 200
metros de diâmetro pode produzir catástrofes locais e se estima que caem na
Terra com uma frequência aproximada de um a cada 100 anos. Um asteroide maior,
de várias centenas de metros, poderia destruir uma grande região ou provocar um
tsunami se cair no oceano. Se o corpo for acima de um Km de diâmetro existem
grandes possibilidades de que produza uma catástrofe global.
Várias agencias espaciais como a NASA, vigiam esses corpos
que passam próximos a Terra, se conhece cerca de 8.000 entre cometas,
asteroides e meteoros. Embora estejamos longe de conhecer o número real, nenhum
dos conhecidos representa um perigo global num futuro próximo.
Publicado em: “La Ciencia y sus Demonios” em 15 de janeiro
de 2013
Um comentário:
Como sempre muito bem explicado! Dá gosto em ler. Uma aula.
Um abraço, Bernardo.
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