PROJETO DE COLONIZAÇÃO DE MARTE


A NASA tem planos para colocar seres humanos em Marte entre 2025 e 2032 e a empresa privada Mars One já está entrevistando candidatos para uma viagem ao planeta vermelho.  A seleção começou em 2013. Mas, em meio a esta ousada missão, há um mar de dúvidas. Uma delas é, como é que vamos chegar lá? E, caso isso ocorra, como iremos sobreviver às condições inóspitas de Marte?
Com as naves espaciais existentes atualmente, estima-se que as primeiras viagens a Marte deverão durar seis meses de ida e dois anos e meio de regresso. A mecânica celeste é a responsável por este longo intervalo de tempo. Com efeito, na ida o veículo ganha tempo em virtude da velocidade da Terra em sua órbita ao redor do Sol ser duas vezes mais rápida que a de Marte. Assim, durante a volta a nave será obrigada a percorrer uma revolução e meia ao redor do Sol para alcançar a Terra. Por isso essa diferença de 5 vezes entre a ida e a volta. Como o projeto de colonização é só de ida, seriam 6 meses de viagem até o planeta vermelho. A primeira nave, ou veículo interplanetário, será constituída de três módulos idênticos, montados como os raios de uma estrela. Esse conjunto ao girar em torno de seu eixo vai criar uma gravidade artificial, um terço da terrestre. Nas proximidades do planeta, essas três naves se separam, acionando seus pára-quedas, ao penetrar na atmosfera marciana. Durante o pouso, os motores serão usados como retrofoguetes.
Em Marte não há oxigênio, os níveis de radiação são elevados, ocorrem tempestades de poeira e as temperaturas são hostis aos humanos. Ao longo dos anos, a NASA testou alguns projetos de habitação em Marte e, neste ano, a agência espacial norte-americana se uniu ao MakerBot para encontrar uma solução criativa que possa driblar as grandes dificuldades que terão que ser vencidas para que seja possível estabelecer uma colonização humana em Marte.
A primeira base em Marte deverá ser constituída de módulos semelhantes ao laboratório espacial (space-lab), que servirão de alojamento; uma central de energia solar fornecerá a eletricidade para a eletrólise da atmosfera, com o objetivo de produzir o combustível necessário ao regresso das naves; um módulo de desumidificação da atmosfera, instalado junto à base, produzirá água necessária à vida; e uma unidade de hidrocultura permitirá o cultivo de plantas. O planejamento das etapas da colonização do planeta vermelho já está bem detalhado.
O processo terminará com a seleção de 24 a 40 pessoas que serão treinadas para a missão que quer enviar ao Planeta Vermelho 24 colonos de diferentes nacionalidades.
A idéia é que viajem seis grupos de quatro pessoas cada, a cada dois anos. O primeiro grupo faria a viagem de seis meses em 2025 para chegar a Marte no ano seguinte.
O custo do programa espacial, estimado em 6 bilhões de dólares, será totalmente financiado pela iniciativa privada, por meio de patrocinadores e sócios, contribuições voluntárias e conteúdo midiático gerado pela missão com a venda dos direitos de transmissão.
O projeto é apoiado por cientistas como o holandês Gerard 't Hooft, ganhador do Nobel de Física em 1999, embora tenha despertado muitas dúvidas sobre sua viabilidade.
Até agora, nenhum voo tripulado chegou a Marte, aonde os Estados Unidos conseguiram mandar robôs. O último deles, o Curiosity, chegou ao Planeta Vermelho em agosto de 2012.
O veículo interplanetário será construído em órbita terrestre, na estação espacial internacional. Simultaneamente, uma nave cargueira não tripulada será lançada em direção a Marte com equipamentos necessários para a instalação da primeira base marciana. Quando a nave tripulada estiver a caminho, uma segunda estará sendo montada na estação espacial para que haja um revezamento do pessoal que partiu primeiro. Assim, oito dos doze astronautas que haviam permanecido em Marte durante dois anos embarcam nas naves cujos reservatórios de combustível foram recarregados no próprio planeta, e voltam para a Terra.

Os quatro que ficarão em Marte deverão preparar a ampliação da base marciana com a segunda equipe. Desse modo, de dois em dois anos, a instalação original será ampliada até que veículos maiores desembarquem no planeta para deixar um maior contingente de homens, mulheres e material. Desse momento em diante, poderá se falar de uma colonização humana de Marte.

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