CIDADANIA DA MULHER



Não é só no Brasil que a mulher é desvalorizada e seus direitos são tão pouco considerados. Na Áustria, país dos mais evoluídos Josef Fritzl, que manteve a filha em cárcere doméstico por 24 anos e teve com ela 7 filhos está sendo julgado. Se condenado por homicídio, por haver deixado morrer um dos filhos/neto, recém-nascido em 1996, pode receber pena de prisão perpétua. Mas se for condenado “apenas” por incesto pegará no máximo 15 anos. Caso seja assim, poderá cumprir metade da pena recluso e o restante em liberdade condicional.
Por aí se vê o quanto vale o sofrimento de uma mulher. Esse monstro foi considerado mentalmente capaz por uma junta médica, não é insano, sabe perfeitamente o que fez. Construiu um abrigo subterrâneo com isolamento acústico e portas reforçadas com fechaduras comandadas por código eletrônico, manteve uma filha presa sendo estuprada por 24 anos e que teve dele 7 filhos sem nenhuma assistência inclusive com a morte de um e pela justiça austríaca ele pode pegar por tudo isso 15 anos.
Qual o valor de uma vida perdida por essa mulher, 15 anos, sendo 7 e meio em cárcere.
No Brasil a Igreja Católica condena com excomunhão um aborto de auto risco mas é complacente com o estupro.
Na África algumas etnias castram as mulheres. Nos países árabes então nem se comenta, e por aí vai. Poderia listar aqui um sem número de transgressões contra mulheres em todo o mundo, sem falar no fato que em todos os paises elas ganham menos que os homens.
São coisas que no mês da mulher, devem nos levar a um momento de reflexão: quanto ainda falta caminhar para que as mulheres sejam realmente respeitadas e tenham direitos realmente igualitários? Aliás, seria bom pensar: sendo a mulher fisicamente mais fraca e, portanto mais vulnerável à truculência masculina não deveria ser a lei mais rigorosa na defesa de seus direitos?
Bernardo

DI CAVALCANTI - MULHERES PROTESTANDO

Um comentário:

Tais Luso de Carvalho disse...

Bernardo:
Pois é, as leis deveriam ser mais rigorosas não só com as mulheres (que não são minoria) e que, nos outros países ainda existe uma escravidão odiosa. O que diremos então desta lei tão vulnerável com os deficientes, com os pobres, com os negros... e por aí afora? Toda ação tem uma reação. E dá pra ver e sentir que as coisas estão piorando. As mulheres, dentro de sua organização, ainda gritam, brigam e esperneiam pelos seus direitos – depois de séculos. Mas as minorias?

Sobre aquele psicótico da Áustria, quem diria... Se lá, aconteceu isso – um país tido como sério, o que podemos esperar dos países de terceiro mundo onde as leis não são cumpridas? O que adianta existirem leis se os criminosos não são punidos, ou com poucos anos já estão fora dos presídios?

Por isso sou uma descrente, convicta, de que as coisas melhorarão a um nível satisfatório. É aquela coisa...vamos empurrando com a barriga, tentando conscientizar a sociedade, como um todo, a fazerem alguma coisa.

abraços
tais