PERIGO PARA O VERDE DAS CIDADES



Muita gente amiga da natureza tem o hábito de plantar pelas cidades. Aquela arvorezinha triste no pequeno vaso da sala, a semente da fruta da sobremesa germinada em uma lata, um presente recebido onde as flores murcharam. Os amigos do verde logo procuram um novo “lar” para a planta, seja na calçada, praça ou mesmo quintal.
Parece um ato sustentável e benéfico para toda a cidade. Mas nem sempre é. Pode ser uma ação equivalente a queimar uma floresta. As espécies vendidas nos supermercados e floriculturas, as chamadas ornamentais são na maioria de origem estrangeira e nada tem a ver com a nossa rica biodiversidade.
Esse absurdo traz muitas plantas de países onde o clima e meio são desfavoráveis comparados ao nosso, resultando em vantagem na reprodução e competição perante as plantas nativas. Assim, é comum ver nos fragmentos de Mata Atlântica paulistana plantas exóticas substituindo palmitos, perobas e jequitibás. A rica biodiversidade vai desaparecendo rapidamente, podendo até a floresta sumir.
O assunto é tão sério, que a Prefeitura de São Paulo fez recentemente uma portaria com a lista das espécies invasoras visando seu controle e erradicação do município.
Não é porque é uma ação verde que é sustentável. Plante muito. Mas procure saber qual é aquela muda no seu vaso.
Na foto acima, palmitos no Pico do Jaraguá. Os palmitos juçaras, nativos na Mata Atlântica paulistana, e fundamentais para a fauna e o equilíbrio ecológico, são ainda dominantes na floresta preservada no Pico do Jaraguá.
Na foto abaixo, palmeiras da Austrália. Onde antes existiam palmitos como na primeira foto, agora existem palmeiras invasoras de origem australiana em plena Mata Atlântica remanescente na Cidade Universitária da USP, comprometendo a biodiversidade.


Abaixo, a lista de plantas invasoras da prefeitura: primeiro o nome científico, depois o nome popular.
Archontophoenix cunninghamiana, Palmeira Seafórtia
Impatiens walleriana, Maria-sem-vergonha ou Beijinho
Pinus caribaea, Pinus
P. elliottii, Pinus
P. taeda, Pinus
Leucaena leucocephala, Leucena
Acacia mearnsii, Acácia-Negra
Ficus benjamina, Figueira
Ficus elastica, Falsa-seringueira
Eucalyptus robusta Sm, Eucalipto
Ligustrum japonicum, Alfeneiro ou Ligustre
Ligustrum lucidum, Alfeneiro, Ligustre
Ligustrum vulgare, Alfeneiro, Ligustre
Brachiaria decumbens, Braquiária
Brachiaria humidicola, Braquiária
Brachiaria mutica, Braquiária
Brachiaria ruziz iensis, Braquiária
Brachiaria subquadripara, Braquiária
(texto e fotos de Ricardo Cardim)

2 comentários:

Maria Bonfá disse...

achei muito interessante essa informação. eu não sabia disso..é necessario que todos sejam alertados sobre o problema.. ótima iniciativa sua.. beijão

Josy disse...

Adorei seu blog,e parabens pela materia, muito interessante.abraços