Samuel Huntington é professor na Universidade de Harvard e diretor do John M. Olin Institute for Strategic Studies e foi diretor de planejamento de segurança do Conselho de Segurança dos EUA durante a administração Carter. Ele é conhecido como um dos mais ilustres cientistas do mundo político.
Seu trabalho mais recente, O Choque das Civilizações e a recomposição da Ordem Mundial (New York: Simon&Schuster, 1996, 369 páginas) tem atraído citações e comentários de todo o mundo por se atrever a informar aos líderes do mundo ocidental que sua concepção de mundo está fadada ao fracasso e vai sair pela culatra se continuar no caminho atual.
Enquanto nossos líderes encaminham seus negócios no sentido de construir um comércio mundial e um enquadramento cultural dentro de uma ordem internacional que supostamente trará a paz mundial e a prosperidade para todos – Samuel Huntington levanta algumas preocupações que, se ignoradas, poderão significar o fim da civilização ocidental como a conhecemos. Seus argumentos, baseados nas tendências atuais e na história precedente vêem o ocidente incluído a outras culturas e civilizações, a menos que as tendências atuais sejam modificadas. Seu raciocínio não deve ser simplesmente descartado.
Durante décadas, a geração pós II Guerra Mundial tem assumido um mundo dividido em linhas ideológicas e econômicas. Mas com o colapso do comunismo, a Guerra fria, sistema a que estávamos tão acostumados não é mais o modelo de relações internacionais ou para compreender os conflitos do mundo.
Hoje as distinções mais importantes entre os povos não são mais política/econômica – mas uma vez mais cultural. Pessoas se definem em termos de valores, história, ancestralidade, linguagem, costumes e religião. Como tal, os futuros conflitos serão entre civilizações. Elas se tornarão as linhas de batalha do futuro.
Ele argumenta que enquanto o Ocidente assume que sua civilização, linguagem e valores, são sobrepostos ao resto da humanidade, tendências e estatísticas confirmam o contrário. A civilização ocidental está em declínio. Por exemplo, O Inglês não está se tornando uma linguagem universal e seu uso está em declínio em termos reais. E certamente não há evidência de que uma cultura global que está emergindo se baseia em valores ocidentais.
Em reconhecimento ao “direito à vida” de todas as civilizações, o professor Hutington propõe um novo modelo para a paz mundial ao invés de uma civilização impondo-se sobre a outra, ou ser dominada por outra. A Construção de um sistema mundial que tentou reformular outras civilizações à imagem do Ocidente não foi bem sucedida e não será alcançada.
A sociedade Ocidental, com sua prosperidade econômica tremenda, tem uma fachada de sucesso, que esconde a sua fraqueza interior. Essa sociedade está em profunda decadência e nossa civilização mostra evidências de uma falta de vontade de sobreviver. Historicamente, as experiências civilizatórias de uma fase que pode ser descrita como uma “idade de ouro feliz com visões de imortalidade ... terminou ou drástica e rapidamente com a vitória de uma sociedade externa, ou de forma lenta e igualmente dolorosa pela desintegração interna.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário