Onde hoje fica o parque Tenente Siqueira Campos, conhecido como parque Trianon, inaugurado em 1892, estendia-se uma enorme mata, chamada de Caagaçu – que em tupi quer dizer, justamente, mata grande. Ela cobria toda a região da Avenida Paulista, que divide o rio Tietê e o rio Pinheiros, e quando houve o loteamento, que abriu caminho para a mais paulista das avenidas, o que restou de abundante flora ganhou grades e virou parque. No entanto, algumas das espécies nativas permaneceram lá, e hoje são tratadas como verdadeiros tesouros da cidade, dada a raridade. O ambientalista Ricardo Cardim, indicou algumas árvores que são a cara e a raiz de São Paulo. Entre elas estão os grandiosos jequitibá-branco, jatobá e anjico branco, cada um deles com quase 200 anos. “São árvores que demoram muito para crescer” informa Cardim. “E para chegar ao porte em que estão leva séculos”. Também rara, encontra-se lá a frutífera uvaia, cujo fruto, um dia, já foi muito consumido por índios e paulistanos, conforme conta o especialista.
Já no quesito nomes curiosos, o parque abriga a açoita-cavalo – que como o nome sugere, tinha seus galhos flexíveis usados como chicote – o pau-ferro, duríssima, quando atingida pelo machado chegava a produzir faíscas; o Jacarandá-bico-de-pato, que dá um fruto que lembra o bico da ave; o pau-tucano, que tem esse nome porque suas flores crescem em cachos amarelos e, de longe dá a impressão de que ela está cheia de tucanos.
Cardim conta que grande parte dessas árvores encontra-se no trecho do parque próximoà alameda Casa Branca, onde também fica a ponte que atravessa a alameda Santos. Isso porque é ali que se concentra a mata nativas. O jequitibá branco de lá, por exemplo, é um dos mais velhos da cidade de São Paulo. E o bacana é que ele já viu passar tropeiros por baixo dele e hoje passam pessoas com laptops embaixo do braço.
açoita cavalo
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