DERRETIMENTO DO ÁRTICO ACELERA DISPUTA PELAS RIQUEZAS

Sob o gelo do Ártico há 83 bilhões de barris de petróleo. É o triplo para o estimado do pré-sal brasileiro. Tem também gás natural para abastecer o planeta por 14 anos. Isso dá ao Ártico 20% dos combustíveis fósseis ainda não explorados no mundo. Estão ainda lá minérios como ferro, carvão, urânio, ouro e diamantes. Cobiçando essas riquezas estão Canadá, Estados Unidos, Noruega, Rússia e Groenlândia. Rússia e Groenlândia estão investindo em expedições científicas, propaganda pressão militar e diplomática para abocanhar uma parte da região.
A reserva ficou intacta até hoje porque era inalcançável. Além do frio rigoroso, dos longos períodos com poucas horas de claridade, dos ventos fortes, havia a gigantesca camada de gelo. Em janeiro de 2011 a extensão de gelo do Ártico era de 13,5 milhões de Km quadrados, a menor para o mês desde o início dos registros em 1979 e o gelo que sobrou é 40% mais fino que anteriormente.
Com menos gelo o Ártico tornou-se finalmente acessível à exploração econômica em larga escala e justamente num período em que o preço do barril de petróleo saltou de US$ 17 dólares (1999) para US$ 115 (2011) por barril.
A passagem Noroeste

Além disso o derretimento liberou uma passagem marítima ligando a Ásia à América do Norte e à Europa que é 7000 KM mais curta que o canal do Panamá. Esta passagem deverá estar totalmente liberada o ano todo para a navegação até 2020 com o continuo derretimento do Ártico.
É para 2020 também a previsão do início das explorações petrolíferas na região e as empresas já estão correndo atrás como a britânica BP e a Russa Rosneft. Até lá os países tentam ganhar suas batalhas pelo controle da região nos tribunais. Ao contrário da Antártica que é uma massa de terra cercada por oceanos, o Ártico é composto basicamente por oceanos e as discussões sobre quem é dono de uma parcela de água é mais complicada. O debate é regulado por uma norma da ONU de 1982, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CDM) Por essa lei um país pode explorar economicamente os recursos naturais e combustíveis fósseis até 370 Km da costa. Se um país apresentar evidências geológicas de que sua plataforma continental se estende além de 370 KM pode explorar com exclusividade uma área de 648 Km distante da costa.. Esse é o argumento que os países interessados no Ártico preparam para apresentar no Tribunal Internacional para a Lei do Mar, na ONU.
Com o início da exploração do Ártico outra questão que surge é o impacto ambiental. Colocar mais pressão nessa região, que já sofre com o aquecimento global, aumenta o risco de colapso do ecossistema do mundo inteiro, sem falar do impacto da queima de mais 83 bilhões de barris de petróleo mundo afora.

Um comentário:

Tais Luso de Carvalho disse...

É o homem avançado, destruindo o próprio planeta para satisfazer suas ambições. Mas haverá o dia que não teremos mais chance, nada poderá reverter a situação de abuso, de exploração e de ganância. Merecemos. Uns pagarão pelos outros, infeliamente. Aliás, em muitos lugares a situação do planeta já está um caos. Pouquíssimos têm um pensamento coletivo.

bjs
Tais Luso