Ele tinha 16 anos quando invadiu, pela primeira vez, uma pista ferroviária e escreveu as iniciais de seu grupo de grafite — do qual era o único membro — em uma parede. Não aconteceu absolutamente nada, nem a própria mãe percebeu que ele havia saído de casa. E esse foi o dia em que ele viu que podia escapar impunemente. Ele, no caso, é Banksy, o famoso artista de arte de rua britânico. E esta história é apenas uma das muitas presentes no livro Trespass — História da Arte Urbana Não Encomendada , em que obras de mais de 150 artistas permitem uma análise do alcance mundial da arte de rua, traçando peças importantes dessa cultura, além de eventos e movimentos no espaço social das cidades. Afinal, o grafite, considerado vandalismo ou não, é uma das formas mais antigas de expressão artística e passou ilesa ao longo dos tempos. Como arte, ela se expressa nos espaços públicos, mas não é autorizada e, acima de tudo, não tem clientes. Banksy completa a história dizendo que a arte de rua é uma resposta à sociedade obcecada pelo status e pela infâmia. E nós devemos entrar sem medo nessa grande galeria ao ar livre.
Zevs é o codinome de um artista de rua francês que ficou famoso no começo do século por suas intervenções em logomarcas de grandes empresas, como a da foto ao lado. A série foi intitulada de Liquidated Logos (Logomarcas Liquidadas) e envolve importantes organizações do ramo da alimentação e da moda. A foto acima foi tirada em Paris, na França, em 2005.
O trabalho de Banksy pelos muros da cidade de Timbuktu, em Mali, instiga um olhar crítico sobre a região, sem precisar envolver celebridades e caridade. A pintura acima, da zebra esperando suas tiras secarem, foi feita em 2009 em uma praça da cidade. O artista, porém, afirma que muitos nativos não a compreenderam, já que não existem zebras nesta zona da África.
O fotógrafo e artista de rua francês JR espalhou fotos impressas em adesivos gigantescos pelo Morro da Providência, no Rio de Janeiro, em 2008. As modelos, retratadas em preto e branco, eram todas mulheres da favela. O projeto faz parte da série 28mm — Women Are Heroes, que passou também por alguns países da África.
A musa de Da Vinci levantando a saia é obra do artista inglês Nick Walker, que usou estêncil e spray para recriá-la. Conta-se que menos de 5% dos artistas das seções de arte moderna do Metropolitan, de Nova York são mulheres. Mas 85% dos nus em obras são femininos. Esta foto foi tirada em Londres, na Inglatera, em 2007
Chupinzado da revista Galileu edição março/2011
Um comentário:
Oi, Bernardo, muito interessante. É uma arte espontânea, que se veste de revolta ou de aplauso. É um recado à sociedade. E quanta criatividade! Adorei as zebras secando suas 'tiras'. Todas muito boas. Grafite na rua é arte, que não confundam com vandalismo...
Gostei muito desta postagem.
bjs
Tais Luso
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