Neste mundo cada vez mais conectado é comum encontrar no
mercado de nosso bairro produtos frescos não só produzidos em nosso país, mas
também produtos do outro extremo do mundo. Mas somos conscientes das conseqüências
disso?
Para termos uma idéia do desperdício que representa a
globalização no comércio de alimentos, a revista NATIONAL GEOGRAPHIC realizou
um pequeno estudo analisando a procedência das frutas e hortaliças que se podem
comprar nos mercados e feiras da cidade de Nova York. Foram selecionados 60 produtos
frescos locais, como damascos, vários cogumelos, azeitonas, romãs, uvas,
bananas, limões, berinjelas, abacaxi, kiwi, comuns na dieta de qualquer cidadão
do mundo desenvolvido. E o resultado é no mínimo surpreendente e digno de reflexão:
Quase a metade dos produtos (28) provem dos próprios EUA, os
mais próximos da cidade de Nova York são os cogumelos cultivados na Pensilvânia
que só viajaram pouco mais de 200 Km. Outra espécie de cogumelo do estado de
Washington e as romãs e uvas californianas viajaram mais de 4.000Km até chegar
ao mercado nova-iorquino . Esses produtos foram transportados principalmente em
caminhões, porém, alguns deles como os limões e as laranjas da Califórnia vieram
de avião. As papayas do Havaí vieram transportadas em barcos cruzando o canal
de Panamá em uma viagem de mais de 8.500 km que consumiu mais de uma semana.
Quanto aos produtos estrangeiros fizeram viagens muito mais
longas como os 11.800 km dos
cogumelos chineses, os 14.200 km dos Kiwis e damascos neozelandeses e os mais
de 14.000 km de viagem de barco das pinhas sul-africanas. Porem o produto
vencedor em relação à distância são as exóticas pitayas (não me perguntem o que
são) que foram colhidas no Vietnan e transportadas de avião por 14.435 Km.
Ao final a distancia percorrida pelos 60 produtos somou o
total de 360.000 Km com uma média por produto de 6.000 Km.
Tendo em conta que 21 produtos foram transportados por avião
em rotas que oscilaram entre os 4.000 e os 14.435 Km é fácil compreender o
imenso gasto energético que representa transportar por avião em rotas de
milhares de km alimentos, simplesmente para que possam os nova-iorquinos consumir durante todo o ano essas frutas,
verduras e hortaliças.
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