O Brasil não assinou a “Declaração
de Nova York sobre Florestas”, documento que foi apresentado na Cúpula do
Clima, que acontece nesta terça-feira (23), na sede da Organização das Nações
Unidas, em Nova York. A informação foi confirmada pelo Itamaraty no fim da
tarde desta terça-feira.
A declaração prevê reduzir
pela metade o desmatamento até 2020 e zerá-lo até 2030. Segundo a ONU, 150
parceiros assinaram o documento, incluindo 28 governos, 35 empresas, 16 grupos
indígenas e 45 ONGs e grupos da sociedade civil.
A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, tinha dito nesta segunda-feira à agência Associated Press
que o país não fora “convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração.
Em vez disso, segundo ela, o país recebeu uma cópia do texto da ONU, que pediu
para aprová-lo sem a permissão de sugerir qualquer alteração.
“Infelizmente, não fomos
consultados. Mas eu acho que é impossível pensar que pode ter uma iniciativa
global para florestas sem o Brasil dentro. Não faz sentido”, disse ela nesta
segunda.
O Itamaraty acrescentou que o
documento não é da ONU, mas dos países que o assinaram, e que o texto
necessitava de melhorias, por isso o Brasil optou por não assinar.
Para o coordenador do
Greenpeace, Marcio Astrini, para o Brasil ser um modelo de desenvolvimento
sustentável, o governo deveria não apenas ter assinado a declaração, como ter
pressionado para que o documento fosse ainda mais ousado.
“Temos uma meta mais ousada,
de zerar o desmatamento até 2020. O que não quer dizer que achamos esse acordo
ruim. É uma medida que propõe a redução do desmatamento e toda proposta de redução
é bem-vinda”, diz Astrini.
Ele observa que só o fato de
esse documento ter sido elaborado e que alguns países tenham se comprometido a
cumpri-lo e ajudar com recursos financeiros já é um progresso.
Sobre a não adesão do Brasil ao documento, o conselheiro-sênior de política ambiental do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) Charles McNeill declarou que “houve esforços para chegar às pessoas do governo brasileiro, mas não houve resposta”. “Não havia vontade alguma de excluir o Brasil. É o país mais importante nesta área. Um esforço que envolve o Brasil é muito mais poderoso e impactante do que um que não envolve”, explica McNeil.
Fonte G1
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