12 de Novembro Rosetta entrará para a História


MÓDULO PHILAE
12 de Novembro de 2014, essa é a data em que os livros de história, se tudo ocorrer como está previsto, marcarão como o dia em que a humanidade pisou pela primeira vez na superfície de um cometa. Serão horas de incerteza, agravadas pelo inevitável atraso nas comunicações devido a distancia do cometa 67p com a Terra, 7 longas horas em que so poderemos sentar e esperar como é habitual na exploração interplanetária, enquanto a sonda espacial deverá agir de forma autônoma, tomando ela mesma as decisões a cada momento.

Tudo se iniciará às 8.35 GMT, com a liberação do módulo Philae por parte da Sonda Rosetta quando esta se encontrar a 20 Km de altura sobre o cometa. Durante a descida, que durará umas 7 horas, sua câmara ROLIS tomará uma série continua de fotos. O cometa completará mais da metade de uma rotação durante esse período de tempo, pois a zona de aterrissagem escolhida se encontra inicialmente no lado oposto e irá se aproximando a medida que passam as horas. Um disparo às cegas, em que tudo dependerá da extidão dos cálculos realizados.

Rosetta liberará Philae com uma velocidade inicial de aproximadamente 2,5  Km/h. Pelo fato de que o cometa é muito pequeno, sua gravidade pouco intervirá na velocidade do módulo que descerá à superfície em uma trajetória balística e sem meios de ajustar sua trajetória. Contando com um sistema de propulsão da aterrissagem, porém, diferentemente dos sistemas tradicionais que retardam o veiculo para que a aterrissagem seja suave, o de Philae está desenhado para que se fixe em uma superfície, sem garantia alguma de que seja completamente plana ou horizontal, e onde suas 3 patas, capazes de adaptar-se a um terreno irregular e inclinado até 30 graus seguramente terão um papel importante.

No momento do contato com o solo uns pequenos arpões, unidos a Philae por cabos, a ajudarão a adquirir uma posição vertical e se manter firme à superfície.. Se  o sistema de foguetes e arpões não funcionar corretamente o modulo poderá tombar e perder-se no espaço ou ficar em uma posição impossível de operar sua missão.

Na viajem de Philae e nas operações de aterrissagem a equipe de técnicos da Terra não terá controle algum no momento da descida, mas fará dias antes o envio à Rosetta de todos os comandos necessários para a realização da missão. Aí que os técnicos da ESA deverão demonstrar sua capacidade, para que a Sonda se encontre no lugar exato no momento da separação já que qualquer desvio levaria o módulo para fora da área de aterrissagem escolhida como a mais segura.

Será uma missão extremamente complexa, onde a fraca gravidade do cometa, longe de ser uma vantagem, representa ao contrário o maior problema, justamente por ser muito fácil liberar-se dela com qualquer mínimo impulso e projetar-se no espaço para sempre. A precisão dos cálculos dos técnicos do ESA, assim como o complexo funcionamento do sistema de aterrissagem farão a diferença. Em 12 de novembro teremos um encontro com a história.
COMETA 67 P
 
SONDA ROSETTA

 
 

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