São Paulo, a cidade, já teve uma ilha, sim e uma bela ilha
ajardinada onde os paulistanos passeavam nos anos 1870 e 1880. Essa ilha ficava
no meio do Rio Tamanduateí, hoje um rio poluído e fedorento com zero de oxigênio,
mas no século XIX era um belo e imponente rio.
Segundo o jornal “A Província de São Paulo” em sua edição de
18 de maio de 1877, a ilha era mesmo uma coisa de outro mundo. A Ilha causava
no visitante “ uma admiração extraordinária, pelo pitoresco e gracioso efeito
de seus passadiços tortuosos, de seus repuxos de uma água límpida e pura como o
cristal e sobre tudo de suas roseiras e de seus mássicos de ervas, de um verde
o mais tenro que as fadas parecem ter semeado naquela residência encantada,
onde tudo respira poesia”.
Seu nome: Ilha dos Amores, um pedaço de terra que sobrou no
meio do rio após sua primeira retificação (alinhamento). Ficava próxima à Rua
25 de Março e mantinha um chalet que servia pela manhã café simples e com
leite, pão com manteiga, etc e durante o dia comidas frias e bebidas de todas
as qualidades, e uma casa de banhos – muito útil em tempos sem água encanada,
que oferecia “banhos de nado e de chuva” das 6 da manhã às 6 da tarde.
Mais tarde a ilha acabou abandonada. As chuvas que a
alagavam parcialmente foram parte do motivo. Por fim não sobreviveu à segunda
retificação do Rio Tamanduateí, no início do século 20.
Um comentário:
Pois é, Bernardo, e essa destruição se dá em todo o país, estamos conseguindo acabar com tudo. Adoro ver o Brasil mais antigo, existia mais vida natural.
Gostei muito das reflexões dos macaquinhos, ao lado...
Grande abraço, amigo.
Postar um comentário