Faltam 5 meses para que a exploração direta do planeta mais
próximo do Sol chegue ao seu final. É o tempo que resta para que as reservas de
combustível da sonda Messenger se esgotem e a sua órbita, que a leva a passar
muito próxima da superfície de Mercúrio decaia até a sua queda definitiva.
O Messenger (que significa "mensageiro", mas é também
a sigla em inglês para Exploração), partiu
em 3 de agosto de 2004, e desde então fica "dançando" entre a Terra,
a Lua e Mercúrio propriamente dito, num complexo movimento que o impede de ser
atraído pelo campo gravitacional do Sol.
Muitas foram as descobertas realizadas durante a sua vida
ativa, porém, parece inevitável que muitas outras fiquem sem explicação por
enquanto. Entre essas se encontra aquelas descoberta que se esconde entre as
sombras eternas das crateras polares do planeta.
Embora já fossem conhecidos a cerca de 20 anos, os depósitos
de gelo que existem em Mercúrio não haviam sido observados de forma direta até
a chegada da Messenger, escondidos nas zonas de sombras perpétuas. Com isso,
embora se respondam algumas perguntas, se geraram novos mistérios mais
desafiantes que mostram um Mercúrio cada vez mais complexo.
São enigmas notáveis para entender a história de Mercúrio e,
por extensão, do Sistema Solar, já que por exemplo, a textura do gelo no fundo
da cratera Prokofiev sugere que o material foi depositado ali a pouco tempo na
escala geológica, ao invés dos milhões de anos que se acreditava inicialmente.
Imagens de outras crateras reforçam essa idéia mostrando depósitos escuros,
provavelmente de material rico em elementos orgânicos que cobrem o gelo em
algumas áreas com limites definidos entre os dois tipos de materiais.
“Se pudermos entender por que um corpo se vê de uma maneira
e outro se vê diferente, entenderemos melhor o que há por trás disso que está
vinculado à idade e distribuição de gelo de água no sistema Solar” explica
Nancy Chabot, cientista da missão Messenger. “Esta será uma linha muito
interessante de investigação no futuro, mas não para Messenger que se encontra
no final de sua vida útil”. Quem prosseguirá a missão serão duas sondas europeu-japonesas,
mas para isso teremos que esperar até 2023.
Se aprendemos algo da exploração interplanetária é que não
existe nenhum de todos os integrantes da
família Solar sejam planetas, luas, asteróides ou cometas que mostrem uma
natureza simples. Todos escondem enigmas e nos mostram páginas de uma história
completa e estranha, cada um deles com uma personalidade surpreendentemente
definida e única. Mercúrio não é exceção à regra: um núcleo gigantesco em relação
ao seu diâmetro, uma magnetosfera inesperada, depósitos de água nos pólos e
agora com indícios de que são mais jovens do que se imaginava.
Planeta Mercúrio |
Nenhum comentário:
Postar um comentário