Antes, não nos preocupávamos com a FOME, era um problema da Africa e da Ásia, distantes demais para nos preocuparmos.
No máximo era problema do Nordeste do Brasil, também distante demais das elites do Sudeste e do Sul.
Agora é um problema mundial, o desequilíbrio climático é também democrático, TODOS pagam seu preço. Só que como sempre, os primeiros a sentir seus efeitos são os mais pobres.
A inflação mundial dos preços de alimentos empurrou 44 milhões de pessoas para a linha de pobreza extrema desde junho do ano passado. O número foi divulgado nesta terça-feira 15 pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. A alta dos preços chegou a “níveis perigosos”, afirmou o presidente do banco em coletiva à imprensa.
Zoellick apresentou um novo relatório do Banco Mundial mostrando que a inflação de produtos alimentícios foi de 29% em 2010. Os níveis mais alarmantes foram os de milho, trigo e óleos, e a expectativa é de que os preços continuem subindo nos próximos anos.
Entre os principais fatores para a alta dos preços, Zoellick aponta os desequilíbrios climáticos. “A freqüência de eventos relacionados ao clima durante o último ano e seu impacto nos preços da comida ressaltam a vulnerabilidade dos pobres diante das mudanças climáticas”, concluiu.
Não há dúvidas que as mudanças climáticas estão causando graves problemas na produção de alimentos. No Brasil, alimentos que antes eram chamados de “comida de pobre” como banana, laranja, mexerica, hoje estão a preços altíssimos para esses mesmos pobres. O tomate a batata e o feijão que há alguns anos eram baratíssimos, hoje pesam no bolso da população.
Para complicar ainda mais, a solução desses desequilíbrios não é regional ou nacional. Ela somente será atingida em escala global, e aí encontramos a resistência daqueles mesmos países de sempre que se recusam a participar de acordos climáticos mundiais. Além disso, não se reverte desequilíbrios climáticos de um dia para o outro. Portanto o quadro que se apresenta num horizonte não muito distante é de mais miséria, mais doenças e mais guerras.
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